Eu já refleti sobre a capacidade que tenho de acreditar nas minhas idealizações sobre a realidade. Eu aprendi a fugir do que é real e criar a minha própria versão dos fatos, nem me lembro ao certo quando foi que comecei com isso, só sei que o fiz para não ter que ver as coisas como elas deveriam ser, porque essas pararam de parecer boas para mim a um certo tempo.
Com isso eu sei que passo a não viver a minha vida com plenitude, mas também corro muito menos o risco de me machucar e nem sei ao certo como adquiri tamanho medo. Mas é certo que às vezes é necessário enfrentar o real e nessas horas eu tendo a ser pessimista para comigo mesmo, porque dessa maneira as chances de decepção são menores ainda. Penso que eu deva parar com isso, talvez eu pare um dia, mas como se remove a marca dada por Deus?
"Ninguém estava caminhando naquela estrada. Tinha casas sim, e a luz saía de suas janelas. Mas ninguém caminhava na estrada. Quando eu olhei pra dentro através de uma das janelas, haviam pessoas, mas elas já tinham alguém especial com elas. Eu também olhei em outras casas. As pessoas nelas também já tinham alguém especial. Porque estar com alguém especial é divertido. Muito mais divertido do que estar com outras pessoas. Então, ninguém mais sai. Ninguém mais caminha nessa estrada. Eu vou sair em uma jornada. Eu vou para outra cidade. Desejando que alguém vá me achar. Mas se esse alguém se apaixonar por mim... Esse seria o momento que eu e essa pessoa teríamos que nos separar. Mas ainda assim, eu quero encontrar aquele que é certo pra mim. Pensando nisso, eu parto novamente na estrada que ninguém caminha."
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