domingo, 23 de agosto de 2009

Quebrando O Espelho de Narciso

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Sobre priorizar a estética, é uma necessidade criada pela mídia ou seria parte de uma seleção natural? Desde que o homem existe a excitação visual sempre foi o fator sensorial mais forte, a visão nos permite ter uma noção ambiental mais aprimorada o que serviria para uma adaptibilidade e chances de sobrevivência muito maiores. Mas em relação as pessoas, como chegamos a configuração de forma perfeita de um ser humano?

Dizem que a concepção de beleza física faz parte de um contrato social, mas as características que priorizamos nos indivíduos são indicadores de saúde na maioria das vezes. A saúde é associada a beleza física que por sua vez se associa ao prazer sexual por um simples fato: a reprodução.

Nós como qualquer outra espécie animal temos como uma das finalidades a procriação e por extinto escolhemos os parceiros que possam gerar conosco o melhor bêbe, para isso os genes desse parceiro devem ser bons e para quem lembra das aulas de genética o fenótipo nos dá uma boa idéia do cariótipo.

E os homossexuais? Os homossexuais não se reproduzem, isso é fato, mas tem o mesmo extinto sexual dos heteros e como a beleza associada ao prazer está ligada a libido eles também possuem essa configuração de desejar o melhor cariótipo possível.

A escolha pelo belo é extintiva, cada um pode melhorar a sua aparência física conforme as suas possibilidades. Ninguém é essencialmente feio. Dizem que o que importa é a beleza interior, que não devemos ligar para as aparências físicas, que isso é futilidade… Eu vejo esses argumentos como hipocrisias de pessoas frustradas. Beleza não é tudo, mas é muito importante quando falamos de escolha de parceiros.

Narciso foi morto por representar aquilo que todos realmente queriam, mas que por não se verem na capacidade de conseguir condenavam e escondiam.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Só Mais 5 Minutos

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Nunca estamos totalmente felizes com o que temos, sempre achamos que poderia estar melhor. Essa busca da felicidade completa é tida com uma idealização do que seria a nossa vida perfeita, sempre estamos atrás dessa vida perfeita, mas o que fazemos para tê-la?

Seria tão bom se fosse desse jeito ou do outro é o que todos pensam, mas o que fazem para que realmente seja desse jeito? Pensamentos acomodados nos invadem e sempre achamos justificativas racionais para não tomar ações que melhorariam a nossa vida a longo prazo, vemos a vida do outro, vemos a mídia, vemos ser injetados em nós uma inifinidade de necessidades diariamente e aceitamos todas elas como verdadeiras. Realmente eu preciso ter aquilo e preciso ser assim, é isso que se dá nas nossas cabeças quando vemos na televisão principalmente, personagens que parecem ter uma vida ótima. Esse é um condicionamento de comportamento do behaiviorismo que se dá pelo modelo, ao termos um “modelo” e vemos o que acontece com ele, dependendo do resultado nós vamos querer ou não ser iguais a ele.

Isso se dá assim: o mocinho é bonito e bonzinho e se dá bem no final, logo o povo associa comportamentos bons e beleza física a uma vida bem sucedida, já o vilão é aquele que tem outros meios de tentar conseguir o que quer, meios não aprovados pela sociedade, como ele se dá mal no final as pessoas associam esse comportamento ao fracasso. É através da televisão principalmente que o povão tem a sua noção de certo e errado.

Bom, então as pessoas tem um senso do que é certo e sempre estão atrás disso, mas sem nunca realmente pararem pra pensar se realmente aquilo as trará felicidade ou se realmente fazem algo para obter aquilo. É como estar imerso em um sonho, onde vemos imagens lindas e quando temos que acordar falamos: só mais 5 minutinhos, até que a soma deles se tornem anos.

sábado, 15 de agosto de 2009

Oh My God, O Que Você Pensa É Sofrimento Seu

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Existe uma pessoa, assim como várias, mas é dessa pessoa que eu vou falar aqui. Era um grande amigo, eu me importava muito com ele, achava muito meigo o jeito dele. Nós nos conhecemos através de um amigo em comum, amigo esse que eu não tenho mais contato devido a divergências ideológicas, eu não suportava as falácias religiosas dele. Enfim, essa pessoa, esse meu amigo que vou falar aqui, tinha também uma mente fundamentalista devido a sua criação, a família influi muito no indivíduo.

Mas mesmo ele tendo toda uma base fundamentalista, eu ainda assim admirava-o muito, pela bondade e certa inocência que ele demonstrava perante as pessoas. Só que então, após o meu rompimento com o amigo que nos havia apresentado, ele passou a sofrer com isso, deve ter se sentido numa posição em que deveria “escolher”, ele gostava muito do outro, pois as suas falácias religiosas o iludiam bastante.

Eis que então, eu vendo o distanciamento dele de mim, explodo e decido falar o que realmente penso sobre toda a baboseira de concepção de vida correta que ele carrega consigo, ai é o ponto final. Após isso tudo rumou em lenta velocidade a uma destruição completa do que um dia deveria ter sido amizade.

Mas agora penso, se fosse amizade, amizade é ambivalente os dois lados se gostam, os dois lados se preocupam, se ele rompeu comigo por eu não ter suportado as idéias que o afastavam de mim, isso demonstra que ele nem quis se dar ao trabalho de discutir o que também sentia em relação aquilo, não se importou em se afastar por copleto, talvez o que ele estivesse esperando fosse só uma desculpa.

Ganhei hoje parabéns pela minha falsidade, ora, já posso tirar a minha máscara então e debaixo dela você verá alguém que ainda te admira em parte, mas que com a decepção já deixou de se importar. Me disseram que você não está feliz por ter terminado um relacionamento que nunca foi realmente bom, você não quis mais conversar, mas ainda assim tentei saber como você estava. Não sei a falsidade que você viu em mim, ou a falsidade que viram em mim por você, mas isso e tudo o mais que você venha a sentir agora é um sofrimento seu, não me sentirei mal, pois tenho a consciência tranqüila.

Espero que você possa evoluir cada vez mais e que você realmente consiga encontrar aquele alguém que você procura, pois eu sei o quanto isso é importante pra você e quanto a mim, viverei bem, mesmo tendo perdido o esboço do que teria sido um grande e eterno amigo.

sábado, 8 de agosto de 2009

Se Quiere, Se Mata

se quiere, se mata

A cultuação da violência já foi discutida aqui por mim, porém outra questão que me fez refletir recentemente é a facilidade que se tem de descartar tudo o que nós, por algum motivo, não queremos. Esse descarte não exclui pessoas e essa também não se trata apenas de uma violência física.

Aqueles que não nos desperta interesse são ignorados ou até mesmo evitados por nós, aqueles que são contrários as nossas idéias nos despertam raiva e pode originar uma das reações anteriores ou um ataque verbal ou físico. Se vê muito pessoas que morrem assassinadas por alguém que era de uma ideologia diferente, seja ligada a religião, orientação sexual, cor, hierarquia social, enfim esse descarte de seres humanos já nos foi naturalizado.

No momento em que se depara com uma atitude não prevista, não pensada ou contrária as que a própria pessoa tem como sendo a certa, essa característica se hiperboliza perante o todo que aquele ser representa. É desencorajada pela cultura em que estamos imersos a possibilidade de escutar e tentar compreender os motivos que levaram o outro a tomar diferente posicionamento perante aquele fator.

A agressividade se torna algo natural no confronto de ideologias, tendo sido usado pelo sistema o orgulho das pessoas para encorajar tal atitude, pois se eu considero uma idéia que é diferente da minha, eu logo estaria me colocando como o errado e esta é uma sociedade em que não se pode errar, pois só existe um melhor e assim sendo é um dever aniquilar qualquer rastro que prove a nossa condição humana de imperefeição e constante construção.

 

Se Quiere, Se Mata – Shakira

Braulio tem os olhos grandes e cabelos escuros
Nunca come em excesso e jamais dorme sem roupa
Sempre se veste de cinza, pois não tem remédio
Tem tendência a buscar sempre o ponto intermediário

Dana é uma menina de bem (isso dizem os seus pais)
Nunca chega a sua casa mais de dez nem muito tarde,
Bráulio e Dana se querem como qualquer casal
Porem um dia foram presa da natureza
E de seus próprios instintos,
Não escaparam com sorte.
Com fogo por dentro
E os hormônios presentes,
Pela lei da atração
Juntaram-se os corpos.

Porem se na hora do chá
Nada acontece,
Apenas acontecerá longe de casa
Por haver trazido um habitante mais
A ingressar a essa podre cidade
Onde o que não se quer se mata.

Esse dia chegou um pouco mais das dez
Porem o susto se deu umas semanas depois
Quando se confirmaram suas terríveis suspeitas
Uma criança nasceria e já sabia a data

E antes do que o vizinho e a família souberam
Foi ao doutor para acabar com o problema
Hoje o vizinho esta em casa tomando uma boa chuveirada
E você dois metros abaixo da terra vendo crescer vermes

Porem se na hora do chá
Nada acontece,
Apenas acontecerá longe de casa
Por haver trazido um habitante mais
A ingressar a essa podre cidade
Onde o que não se quer se mata.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

The Ramdbrandts – I’ll Be There For You

mao-amiga

Algo mais ou menos assim que me remete a Casemiro:

 

Então ninguém te falou que a vida era dessa forma
Seu trabalho é uma piada, você está sem dinheiro, sua vida amorosa é um desastre
É como se você estivesse sempre preso em segunda marcha
Quando não foi seu dia, sua semana, seu mês, ou até mesmo seu ano, mas

Eu estarei lá por você
(Quando começar chover)
Eu estarei lá por você
(Como estive lá antes)
Eu estarei lá por você
(Porque você também esteve lá por mim)

Você ainda na cama às 10 e o trabalho começou as 8
Você queimou seu café da manhã, as coisas indo bem
Sua mãe lhe avisou que haveria dias assim
Porém ela não lhe disse que o mundo estaria ao seus pés

Eu estarei lá por você
(Quando começar chover)
Eu estarei lá por você
(Como estive lá antes)
Eu estarei lá por você
(Porque você também esteve lá por mim)

Ninguém nunca poderia me conhecer, ninguém nunca poderia me ver
Já que você é o único que sabe como é ser como eu
Alguém para encarar o dia junto, para atravessar a bagunça junto
Alguém com quem vou sempre rir,
Mesmo no meu pior, Sou melhor com você
Yeah!

É como se você estivesse sempre preso em segunda marcha
Quando não foi seu dia, sua semana, seu mês, ou até mesmo seu ano, mas

Eu estarei lá por você
(Quando começar chover)
Eu estarei lá por você
(Como estive lá antes)
Eu estarei lá por você
(Porque você também esteve lá por mim)

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Una Víctima Casi Perfecta

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Aos poucos nós começamos a entender, a paixão é algo difícil de se lidar quando não temos certeza se ela é correspondida, pois para tirar essa dúvida temos que deixar nosso orgulho de lado, é como se mostrar o que sentimos de verdade fosse um sinal de fraqueza, é como se amar fosse um sinal de fraqueza, pois demonstra que necessitamos de outra pessoa, mas espera aí, nós necessitamos de outra pessoa?

A questão não é precisar do outro, ninguém é a chave da felicidade de ninguém, é só uma questão de escolha, escolhemos aquele que se encaixa melhor no nosso quadro de projeções. Agora vou me concentrar em mim (na maioria das vezes eu falo dos outros, tenho muita dificuldade de me concentrar no que eu realmente sinto, pelo menos foi o que disseram…). Eu sempre tive problemas de socialização, era uma crianaça muito tímida, mas aos poucos eu fui crescendo e a necessidade de interação social me fez achar mecanismos para concertar isso. Eu não tive uma infância muito legal também, acabo tendo muitos problemas comigo mesmo. Essas dificuldade hiperbolizadas em complexo de inferioridade e sociofobia me fizeram desenvolver uma intelectualidade bem particular.

Nunca me achei bonito o suficiente, sempre pensava: por que alguém me escolheria se pode ter o outro? As minhas idéias nunca foram legais comigo mesmo, eu sempre me inferiorizava, por não me sentir bom o suficiente, isso é fruto de uma exigência muito grande consigo mesmo, quase como uma necessidade de ser perfeito para ser aceito. Logo, sempre que eu buscava alguém era algo do tipo “eu não gosto de como eu sou, vou achar alguém que goste”, quando alguém gostava daí eu parava de sentir interesse, pois pensava que se a pessoa gostava de mim como eu era mesmo, eu não precisava mudar nada, eu não precisava melhorar e é claro que eu não concordava com isso. Era como se fosse só um teste, pra ver em que aspectos eu era bom, sou bom para aquele, não sou pra esse. Para os que eu não era bom eu demonstrava mais interesse, claro, pois isso mostrava que eu devia melhorar algo e eu queria saber o que.

Sim, até eu lendo isso me acho completamente pirado, mas eu tenho a possibilidade de melhorar (melhorando sempre hehehe) nesse aspecto, passar a aceitar eu mesmo e entender que não existem pessoas perfeitas e que eu não posso e não vou agrdar a todos. Não faço idéia de como isso possa ser útil para você leitor(a), mas senti vontade de escrever… Até então eu estava me vitimizando, mas esse papel não combina comigo, especialmente quando temos consciência de todo o contexto.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Shakira - No

Shakira

Não, não tente se desculpar
Não volte a insistir
As desculpas já existiam antes de você

Não, não me olhe como antes
Não fale no plural
A retórica é sua arma mais letal

Vou te pedir que não volte mais
Sinto que você ainda me causa dor aqui
Por dentro
E que na sua idade já saiba bem o que é
Partir o coração de alguém assim

Não se pode viver com tanto veneno
A esperança que me dá o seu amor
Ninguém mais deu
Te juro, não minto
Não se pode viver com tanto veneno
Não se pode dedicar a alma
A acumular tentativas
Pesa mais a raiva que o cimento

Espero que não espere que eu te espere
Depois dos meus 26
A paciência já me caiu ao chão

E vou despetalando margaridas
E olhando sem olhar
Para ver se assim você se irrita e se vai

Vou te pedir que não volte mais
Sinto que você ainda me causa dor aqui
Por dentro
E que na sua idade já saiba bem o que é
Partir o coração de alguém assim

Não se pode viver com tanto veneno
A esperança que me deu seu amor
Ninguém mais deu
Te juro, não minto
Não se pode morrer com tanto veneno
Não se pode dedicar a alma
A acumular tentativas
Pesa mais a raiva que o cimento

Não se pode viver com tanto veneno

Não se pode viver com tanto veneno

sábado, 1 de agosto de 2009

Deixemos Thanatos Governar

hypnos-thanatos

A cultura da agressividade e da competitividade humana está bastante em voga na sociedade ocidental (não apenas nesta, mas aqui elá é vista em mais evidência), aqui encontramos o ser humano que em um descontentamento consigo mesmo passa a destruir as coisas e as pessoas que estão a sua volta, encontram seus momentos de felicidade na tristeza do outro. Não é uma ação para ser melhor que as pessoas que o cercam, mas sim para que essas pessoas não sejam melhor que ele.

É importante salientar que mesmo tendo essa pulsão invejosa em pequena quantidade são poucos que escapam dessa descrição. Isso se deve a contratos sociais criados por nós mesmos, apesar de sempre enxergarmos como se o inferno fosse os outros, nós é que somos responsáveis por estar aonde estamos, foram vários “nós” que moldaram essa cultura de destruição. A mídia tem grande importância na disseminação dessa cultura, a suscetibilidade do povo se dá pela necessidade de aceitação social e individual, tendo como modelo o que é exposto pelo marketing do consumismo capitalista.

Há pessoas que acreditem que essa natureza agressiva é devida ao fato de uma inata maldade humana, mas certamente isso não possui validade lógica, uma vez que nem todos agem da mesma forma e costruímos o nosso caráter com base na nossa história e nas nossas interações sociais. Além do que se colocarmos como algo inato, não haveria o que se fazer, o que também é errado, pois podemos fazer muito.

A primeira coisa seria ter consciência de que somos responsávei por tudo o que nos acontece, devemos parar de culpar “os outros”. Colocando-nos como senhores do nosso próprio destino melhorariamos as nossas próprias vidas e esse modelo é o que deveria então passar a ser seguido por todos. Cada um se concentrando em sua própria vida e buscando concertar os seus próprios defeitos não haverá mais a necessidade de intervir na vida alheia, pois não se necessitarão de projeções para desviar daquilo que já deveriamos ter começado a encarar a muito tempo.

Será isso ou então deixemos o Deus da Morte imperar sobre essa Terra até que tudo se mate por si só.