terça-feira, 15 de junho de 2010

Meros Desvaneios Tolos

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Depois de algum tempo… Volto aqui para escrever novos pensamentos velhos, que foram apenas reciclados. Fui percebendo, dentro de um tempo que foi apenas meu, o quanto as coisas que mais preocupam as pessoas, e a mim mesmo, são as coisas que em um estado limpo da mente não fariam sentido algum. Isso eu poderia traduzir em uma palavra, bastante usada até, que se resumiria a futilidade. Ansiedade e angústia causadas pela forma física do corpo, por não ter conseguido comprar algo, por não ter podido ir a algum lugar, por não ter conseguido provar para algumas pessoas quem você é, por não ter ainda achado o amor da sua vida…

Palavras são apenas palavras, mas o ser humano é constituido de palavras, portanto eu me questiono até que ponto nos preocupamos conosco, não num sentido egoísta, nem num modo cotidiano, mas sim em um modo ontológico, com o nosso ser, com o que nós realmente somos. A alienação provocada pelas necessidades impostas culturalmente nos cegam em olhar para nós mesmos. Muitos dizem que a pergunta mais difícil de se responder é “quem é você?” e eu fico imaginando se isso é porque realmente é díficil se reconhecer em seu íntimo ou se é porque não olhamos para nós mesmos por muito tempo.

Estando sempre preocupado em ser algo que não se é, em ter algo que não se tem, não conseguimos ver quem somos nem o que temos e aprender a valorizar isso e a usar isso. A finitude da vida é algo que não se encara por muito tempo, uma analogia para explicar a morte, da qual eu gostei muito, citada em um livro do Irvin D. Yalom é “Nem o sol nem a morte podem ser olhados fixamente.” vive-se como se não fosse morrer e ao morrer sente-se que não viveu. Essa para mim é a verdadeira fonte de frustraçãoes,angústias e ansiedades humanas, onde Freud colocava que as pulsões sexuais é que moviam tudo isso, eu enxergo o medo da morte, a incapacidade de aceitar a finitude humana.

Entrando em um frenesi vital, onde não existe calma para estarmos conosco mesmo, pela falta de tempo, o tempo que rege o nosso fim. Tenta-se ter tudo antes que tudo se acabe, e acaba-se não tendo nada. Enquanto sentimentos superficiais estiverem regendo as pessoas, elas não conseguirão enxergar coisas muito simples que poderiam trazer a tão almejada felicidade.

“Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes...

[…]

Quanto ao pano dos confetes
Já passou meu carnaval”