domingo, 26 de julho de 2009

Vitimize-se e Não Tenha Pena

thatspain

Todo ser que habita esse planeta um dia na sua vida já sofreu. O sofrimento é algo que faz parte de viver e constantemente julgamos que uns sofrem mais do que outros, geralmente isso está ligado a questões financeiras. Um fato é: não dá pra se saber a intensidade da dor de cada um, o que parece algo insuportável para mim pode ser algo tranqüilo para o outro.

As intensidades diferentes de sofrimento são resultado dos objetivos, desejos e esperanças de cada pessoa, pois a partir do momento que se vê que o seu sofrimento pode te levar de encontro ou pode ser até mesmo necessário para que você obtenha o que deseja, esse sofrimento é então atenuado e posteriormente pode ser visto com orgulho, como uma superação.

Mas há também aqueles que não possuem esperança, sofrem por ser uma condição imposta sem perspectiva de melhora. Alfred Adler caracterizou esse sentimento de vazio sem capacidade de superação como complexo de inferioridade, é uma condição que o indivíduo desenvolve quando é incapaz de compensar os sentimentos normais de inferioridade.

Se sabemos que todos sofrem e em intensidades diferentes que não podemos julgar só por olhar, então sabemos que não devemos priorizar o sofrimento de ninguém, devemos nos concentrar nos nossos próprios sofrimentos e tentarmos achar um modo de superá-los. Se concentrar demais nos problemas alheios pode ser apenas um escape para recalcar os seus próprios, se queremos realmente ajudar as pessoas devemos estar bem para isso.

O único modo de um sofrimento do outro poder se tornar o nosso também é quando aquela pessoa é realmente especial e importante para nós. Quando vemos o nosso objeto de afetividade sofrendo devemos estar fortes para ajudá-lo.

Falando de sofrimento e tudo e tal, relato aqui um caso (que talvez fique confuso para você leitor), mas ontem eu realmente senti o que é sofrimento, a sensação de troca é espinhosa. Mas não existe nada mais diabolicamente sedutor que a indiferença (hehehe)… é, a vida não é justa.

Brincadeiras à parte, dêem o melhor de si!

sábado, 18 de julho de 2009

Cuide-se

Cuide-se

Teve uma época em que acreditei que as separações não fossem definitivas, até que a primeira delas ocorreu: meu pai, meu querido pai, tão ativo, tão forte, de um dia para o outro faleceu e eu nem tive tempo de entender o que aquilo realmente significava, na época eu tinha 11 anos. As pessoas que fazem parte da nossa vida, talvez não mais o farão no capítulo seguinte, mas isso não significa que as suas marcas não continuam em nós.

Houve uma outra pessoa, além do meu pai, que foi essencial para mim. Grande parte do meu blog foi escrito para ele, sei que ele me amou da maneira dele, assim como eu amei ele o mais intensamente que pude, mas houve um tempo para isso, não consegui mais amá-lo como antes e isso não me fazia digno de continuar com ele.

Sempre odiei um “adeus”, essa idéia de ruptura eterna causa grande angustia dentro de mim, mas vou crescendo, me conhecendo e aprendendo a lidar com esses dissabores.

Se eu tivesse voz para falar o que quero, seria algo como: espero que você saiba o quão maravilhoso foi na minha vida, jamais irei esquecer você, anseio pela sua alegria a cada dia que passa e me odeio por não ter te dado a alegria que um dia você me deu.

Sem mais, deixo um fragmento da história de alguém:

"Há algum tempo, venho querendo responder seu último e-mail. Na verdade, preferia dizer o que tenho a dizer de viva voz. No entanto, vou fazê-lo por escrito.

Você já pôde notar que não estou bem ultimamente. É como se não me reconhecesse em minha própria existência. Sinto uma espécie de angústia terrível, contra a qual não consigo fazer grande coisa, exceto seguir adiante para tentar superá-la. Quando nos conhecemos, você impôs uma condição: não ser a 'quarta'. Eu mantive o meu compromisso: há meses deixei de ver as 'outras', não achando logicamente um meio de vê-las sem transformar você em uma delas.

Pensei que isso bastasse. Pensei que amar você e que o seu amor — o mais benéfico que jamais tive — seriam suficientes. Pensei que assim aquietaria a angústia que me faz sempre querer buscar novos horizontes e me impede de ser tranqüilo ou simplesmente feliz e 'generoso'. Pensei que a escrita seria um remédio, que meu desassossego se dissolveria nela para encontrar você. Mas não. Estou pior ainda; não tenho condições nem sequer de lhe explicar o estado em que mergulhei. Então, nesta semana, comecei a procurar as 'outras'. Sei bem o que isso significa para mim e em que tipo de ciclo estou entrando. Nunca menti para você e não é agora que vou começar.

Houve uma outra regra que você impôs no início de nossa história: no dia em que deixássemos de ser amantes, seria inconcebível para você me ver novamente. Você sabe que essa imposição me parece desastrosa, injusta (já que você ainda vê B., R.,…) e compreensível (obviamente…). Com isso, jamais poderia me tornar seu amigo. Você pode, então, avaliar a importância de minha decisão, uma vez que estou disposto a me curvar diante de sua vontade, ainda que deixar de ver você e de falar com você, de apreender o seu olhar sobre os seres e a doçura com que você me trata sejam coisas das quais sentirei uma saudade infinita. Aconteça o que acontecer, saiba que nunca deixarei de amar você do modo que sempre amei desde que nos conhecemos, e esse amor se estenderá em mim e, tenho certeza, jamais morrerá.

Mas hoje seria a pior das farsas manter uma situação que, você sabe tão bem quanto eu, se tornou irremediável, mesmo com todo o amor que sentimos um pelo outro. E é justamente esse amor que me obriga a ser honesto com você mais uma vez, como última prova do que houve entre nós e que permanecerá único.

Gostaria que as coisas tivessem tomado um rumo diferente.

Cuide-se."

E uma idéia:

"Todas as pessoas, sejam quem for...
carregam consigo um desejo.
E quando esse desejo é realizado, as
pessoas podem chamar isso de felicidade."

 

Sei que não é justo eu pedir isso para você, mas pelo amor que você sentiu por mim: cuide de você.

domingo, 12 de julho de 2009

Pato Fu – Canção Pra Você Viver Mais

faz_um_tempo

Nunca pensei um dia chegar
E te ouvir dizer:
Não é por mal
Mas vou te fazer chorar
Hoje vou te fazer chorar

Não tenho muito tempo
Tenho medo de ser um só
Tenho medo de ser só um
Alguém pra se lembrar
Alguém pra se lembrar
Alguém pra se lembrar

Faz um tempo eu quis
Fazer uma canção
Pra você viver mais
Faz um tempo que eu quis
Fazer uma canção
Pra você viver mais

Deixei que tudo desaparecesse
E perto do fim
Não pude mais encontrar
O amor ainda estava lá
O amor ainda estava lá

Faz um tempo eu quis
Fazer uma canção
Pra você viver mais (repete mais 3x)

Uuuuh... uuuhhh... uuuuhh
Uuuuh... uuuhhh... uuuuhh

Faz um tempo eu quis
Fazer uma canção
Pra você viver mais
Faz um tempo eu quis
Faz um tempo eu quis
Você viver mais (6x)

Uuuuh... uuuhhh... uuuuhh

sábado, 11 de julho de 2009

Você É Mais Que Isso

Nunca discuti diretamente aqui no Blog sobre a homossexualidade, mas esse post tratará sobre isso. Acho que devo discutir um pouco da temática devido ao fato de que muitos gays ou lésbicas colocam essa como sendo a sua condição e característica principal, esquecendo que possuem muitas outras peculiaridades que tornam isso apenas um detalhe, esquecendo também que não são gays ou lésbicas, são muito mais do que isso.

Todas as pessoas desse mundo possuem qualidades, defeitos e características que ao longo dos anos se consolidam para formar o eu de cada um, isso significa que temos dentro de nós coisas boas para oferecer e coisas ruins que podem ser melhoradas e que as características inatas acabam sendo apenas partes do todo que nos constitui e usando a ideologia da Psicologia da Gestalt, o todo é muito maior que a soma das partes.

O grande erro que se comete para colocar tamanha importância sobre a orientação homossexual se deve ao preconceito subjacente que foi ao longo de milhares de anos se difundindo pela sociedade, sempre tendo por trás fundamentalismos religiosos. Este preconceito faz o indivíduo que se vê enquanto sendo de uma orientação sexual desviante, se tornar suprimido pela sociedade, sendo essa (a sociedade) vítima de uma das construções que fazem parte dos medos criados para controlar os cidadãos. O erro em si seria o indivíduo de suposta orientação sexual desviante se permitir sofrer essa supreção, devendo este se dar conta de que sua orientação sexual é natural por ser inata e que toda a expressão de ódio nada mais é que sofrimentos que essas próprias pessoas, geradoras de ódio, possuem, sendo esse sofrimento o delas e somente delas, não devendo ser tomado como um sofrimento seu.

Torna-se um comportamento típico, principalmente dos homossexuais ditos “enrustidos”, adquirir atitudes que seriam de heterossexuais para se refugiar da hostilidade que esses imaginariam sofrer se agissem de outra forma, aqui eu coloco a forma como eu convivi com isso, nunca fiquei falsamente me reafirmando de heterossexual, não cantava meninas nem tomava atitudes que não eram condizentes com a minha personalidade, eu também nunca fui “afetado”, que seriam os gays afeminados, simplesmente era eu, andava com as pessoas que eu achava interessantes e não dava importância pro fato de eu ser gay e é ai que está o ponto crucial da discussão, pois a partir do momento que eu não dei importância para isso ninguém mais deu, claro que vez ou outra me perguntavam o por quê de eu nunca estar com uma garota e para aqueles que realmente se importavam eu dizia a verdade sobre a minha sexualidade, para os que não realmente queriam saber eu simplesmente reafirmava as próprias afirmações deles.

Claro que não se aplica a minha experiência de vida para todos os casos, tenho consciência de que o que é bom para mim nem sempre será bom para o outro e também de que existem gays que são “afetados”, característica essa também inata, e que não conseguem passar desapercebidos perante aos olhares julgatórios. Análisa-se aí então até que ponto esse julgamento não parte de você mesmo, que acaba se diminuindo ao valorizar a opinião dos outros a sua própria, restringindo-se a uma prisão elaborada por você mesmo.

sábado, 4 de julho de 2009

O Bizarro Sem Voz

Angst

E quem são as pessoas que tentam te fazer mal? Conforme interagimos  com as pessoas diariamente sofremos com pequenas facadas que esses seres do nosso ciclo de interação nos dão. É claro que nem todos fazem isso conscientemente, são pequenos atos que vão nos magoando e nós vamos muitas vezes relevando, porque não queremos magoar o outro ou porque pensamos que o outro também está com problemas ou simplesmente por não querermos discutir, não teriamos energia para isso. (Claro que há pessoas que falam tudo que as incomoda na hora mesmo, mas aqui estou me usando como referência).

Eu particularmente sempre fui um mestre na fuga, a fuga no Behaviorismo constitui o mecanismo de defesa que usamos para sair de situações que nos causam algum sofrimento. A minha rota de fuga a princípio eram os livros, depois fui utilizando os animes e os jogos para “fugir” da realidade que me incomoda. Logo todas as pequenas ações que eu relevava durante o dia foram se acumulando, chegando em um dado momento que eu me encontrava com tamanha angustia e nem ao menos podia perceber a fonte da mesma, eu já havia naturalizado o meu sofrimento.

E aqui temos um crime sem criminosos, não há a quem culpar. Você não pode culpar as pessoas que te causaram esses sofrimentos, porque você nunca disse a elas isso, permitindo que elas continuassem. Você também não pode se culpar, pois foi o meio que você encontrou para se proteger, um meio errado que acaba te aprisionando em jaulas de dor, mas por não ter aprendido a lidar de outra forma com essas situações, você não possuía escolha.

Só que o óbvio é que isso não é saudável, esse sofrimento acumulado tem que se expressar de alguma forma e ai você pode adquirir uma personalidade auto-destrutiva e até mesmo apresentar sintomas de alguma doença orgânica, seria isso a sua mente liberando aquela energia aprisionada para realmente mostrar, e podemos usar aqui o termo “chamar a atenção”, de que há algo errado.

E o que fazer? Não permita, simplesmente não permita que os outros passem por cima da sua vontade e não permita anular-se perante aos outros. Isso não é uma receita mágica que é possível se aplicar do dia para noite, a constituição da sua personalidade levou anos para ser consolidade e também pode levar anos para ser mudada, mas aos poucos podemos ir repensando atitudes nossas e melhorando dia a dia, para que quando sua mente acordar você constate que toda aquela angústia foi apenas um pesadelo.