quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Distraindo a Verdade

image

Uma vez, eu me lembro bem, quando eu a vi ela estava sentada com um olhar distante como sempre. Fiquei imaginando o que poderia estar passando em sua cabeça, que possíveis coisas ela poderia ter vivido e de que forma isso refletia na imagem que eu via a muito.

Desejava eu que ela pudesse se comunicar comigo, até me aproximei, mas nem por sons, nem por símbolos, nada a fazia sair do transe transcedental que se havia colocado. Era a mesma roupa, o mesmo lugar e eu já tinha ouvido falar que ela gostava de chá e de coelhos, por que nada a movia agora?

Fui criando uma angústia, aquela bela imagem parada a minha frente que representava tudo que eu sempre quis, estava tão ao alcance agora e ao mesmo tempo distante. Era uma foto, um quadro, não, não era. Mas não existia vínculos entre nós, não existia palavras, talvez apenas eu visse ela, ela nem me visse.

Foi então, que nesse dia, após tantos, no meio da penumbra vejo trilhos brancos luminosos ao ar, aos poucos eles vão tomando outra forma e se junta a esse cenário um ser risonho. Esse ser de ar tranqüilo, como que se vem para mostrar que todo nosso sofrimento é apenas besteira, era um gato. E esse gato que suprimiu do vazio e tomou forma, veio em minha direção, o gato falava.

“Se for tudo o que você realmene deseja eu posso lhe mostrar os pensamentos dela”. O fez apontando para o objeto do meu desejo que estava imóvel sem perceber as novas ações que se desenrolavam no local. “Mas… pense, nem sempre tudo o que queremos ter é o que gostaríamos de ter. Talvez ela seja apenas uma desculpa para que você não viva a sua própria vida, e depois de tê-la? O que restaria para você?”.

Fiquei atônito por alguns instantes, parei. Olhei para todo o cenário e pela primeira vez em anos me questionei se esse tempo todo eu fiquei tão preocupado em saber o que pensava a Alice que nunca escutei o que eu mesmo pensava. Da mesma forma que não havia vínculo e comunicação entre eu e ela, não havia em mim.

O gato se foi, assim como veio, e eu decidi ir também. Naquele dia eu percebi que não era apenas ela que estava imóvel o tempo todo, talvez eu fosse visitá-la algum outro dia. Por hora, não mais.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Quem Manda Em Quem

image

Não acreditamos mais em Zeus. Usamos a palavra mitologia para definir as crenças de muito tempo atrás. Aquelas das quais não fazem absolutamente nenhum sentido para o tempo presente. Agimos assim sem perceber o mecanismo da fé funcionando inerente a qualquer época, perpetuando a mesma ideia através de recursos simbólicos grosseiramente iguais aos de antigamente, e ainda sim olhamos para o nosso tempo como se ele fosse mais sagrado do que outro.

A percepção da fé como alegoria é fundamental para quem quer autonomia sobre ela. E o sistema da fé tem funcionado até hoje porque há quem o controle com autonomia, e há quem se submeta a ele com dependência. É um jogo de “sabe e não sabe” onde quem sabe sempre tem vantagem. Esse modelo se reproduz em diversos níveis. Por exemplo: é através desta autonomia – num nível primário – que é possível hoje, que desdenhemos da fé dos nossos antepassados primitivos.

Contudo, ter autonomia sobre a própria fé não significa necessariamente abandonar a crença, mas sim fazer um uso consciente dela. É mais ou menos como o usuário de cocaína que assume e reconhece o risco do vício e faz uso da droga com parcimônia tomando como principal cuidado a posição de “quem manda em quem”.

Talvez essa maturidade “espiritual” que institui o auto-respeito em relação as questões existenciais, imaginações, fantasias, desejos e esperanças, seja um caminho para entender a fé como uma experiência particular que tem reflexo no coletivo. É aquela velha história: só quem ama a si próprio é capaz de amar alguém. Quando somos capazes de ter certeza de que alguma fé merece contestação, isto pode ser um indício de que a nossa própria crença corre exatamente o mesmo risco. Ignorar ou se intimidar diante deste passo significa fechar os olhos para a história que a humanidade vem desenhando desde sempre. Além de fechar uma série de outros caminhos que poderiam estar abertos. E correr um enorme risco de participar do grupo dos fundamentalistas de conveniência.

A visibilidade LGBT tem esbarrado diretamente na fé cristã. E essa disputa por espaço na sociedade vem sendo vencida pela força da crença. Estes movimentos conflitam por que ambos buscam interferência coletiva. Os cristãos querem que a sociedade se mantenha refém dos preceitos cristãos, e os LGBT querem que a sociedade admita a convivência com a diversidade sexual (vejam a grande diferença de objetivos propostos neste texto).

Para o cristão, é questão de fé conquistar o espaço do outro. Para a lésbica, o gay, a(o) bissexual, a(o) travesti e a(o) transexual é questão de direito conquistar a participação na sociedade. Não há acordo que proporcione um ganho para ambas as partes: ou os cristãos admitem a convivência com LGBT’s (o que na prática significa o fim da disseminação da discriminação através da fé – do mesmo jeito que hoje não é possível vender sua filha através da bíblia – Êxodo 21:7), ou os LGBT’s admitem sua marginalidade, se resignando a não ter seus direitos assegurados, assumindo uma condição de cidadão de segunda categoria.

É uma ilusão sonhar com a possibilidade de que a conquista LGBT não interfere na fé cristã. Interfere sim e muito. Exatamente do mesmo jeito que a cristandade passou maus bocados para se adaptar a não discriminação por etnia, sendo que muitas seitas mantém suas doutrinas racistas, com uma imunidade calcada no que chamam de liberdade religiosa. A diferença é que hoje a conduta racista é socialmente condenável, e a conduta homofóbica, não. Será um tremendo golpe para a comunidade cristã, a admissão de que relações homoafetivas existem. Isto implica numa propaganda tão positiva do pecado que o torna praticamente irresistível a quem é homossexual e também a quem não é. É claro que isso não quer dizer que heterossexuais cristãos cairão na tentação do pecado do “homossexualismo”, mas sim que estarão mais expostos ao pecado da felicidade. E o pecado de ser feliz é uma ameaça gigantesca para quem acredita na salvação através do sofrimento e do sacrifício.

Diante deste duelo cabe a sociedade civil o julgamento. Cabe a este amontoado de gente, onde o cristianismo é amplamente bem representado, admitir o que é mais justo: o direito de discriminar ou o direito de não ser discriminado. E o caminho implica na exposição sincera de quem é o carrasco e de quem é o condenado. Nesse sentido, poupar esforços na denúncia em nome do medo da fé será uma covardia nada estratégica. É o que temos feito até hoje. E sem sucesso relevante.

O respeito é uma relação de equilíbrio de poder, e para tanto é fundamental uma postura austera e que saiba agir diante do embate. É preciso que saibamos tratar o que é mito, como o senso comum trata o mito sem perceber que Jesus e Zeus são exatamente a mesma coisa.

Ismael Ramos

Publicitário e ativista LGBT

Membro da Associação Arco-Íris de Joinville

www.twitter.com/ismaelramos

domingo, 19 de setembro de 2010

O Anjo Caído

Almeida Garrett


Era um anjo de Deus
Que se perdera dos céus
E terra a terra voava.
A seta que lhe acertava
Partira de arco traidor,
Porque as penas que levava
Não eram penas de amor.

O anjo caiu ferido
E se viu aos pés rendido
Do tirano caçador.
De asa morta e sem esplendor
O triste, peregrinando
Por estes vales de dor,
Andou gemendo e chorando.

Vi-o eu, n anjo dos céus,
O abandonado de Deus,
Vi-o, nessa tropelia
Que o mundo chama alegria,
Vi-o a taça do prazer
Pôr ao lábio que tremia
E só lágrimas beber.

Ninguém mais na terra o via,
Era eu só que o conhecia
Eu que já não posso amar!
Quem no havia de salvar?
Eu, que numa sepultura
Me fora vivo enterrar?
Loucura! Ai, cega loucura!

Mas entre os anjos dos céus
Cantava um anjo ao seu Deus;
E remi-lo e resgatá-lo,
Daquela infâmia salvá-lo
Só força de amor podia.
Quem desse amor há-de amá-lo,
Se ninguém o conhecia?

Eu só, – e eu morto, eu descrido,
Eu tive o arrojo atrevido
De amar um anjo sem luz.
Cravei-a eu nessa cruz
Minha alma que renascia,
Que toda em sua alma pus,
E o meu ser se dividia,

Porque ela outra alma não tinha,
Outra alma senão a minha...
Tarde, ai! tarde o conheci,
Porque eu o meu ser perdi,
E ele à vida não volveu...
Mas da morte que eu morri
Também o infeliz morreu.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

The Kiss

 The Kiss

“O beijo é um procedimento inteligente desenvolvido para a interrupção mútua da fala quando as palavras tornam-se desnecessárias".

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

25 de Agosto de Algum Ano



"Ah, e estou eu aqui novamente sentada no meio dessas flores inorgânicas. Faz quanto tempo que eu estou aqui? Antes eu vivia do outro lado, tinha a vida normal. Normal é o modelo que Eles criaram, pais, amigos, escola, trabalho, tudo tentando justificar a incoerência de se querer ter pessoas coerentes, mas... De que outra forma poderia ser? Tudo o que eu penso, tendo estado presa aqui, é se eles ainda vão esperar por mim, o tempo é um inimigo invencível e essa forma de vê-lo foi criada por mim mesma e por Eles. Minha vida chega mais perto do fim a cada dia, a grande piada divina onde a vida é uma doença terminal, é a sua garantia de morte. E tudo morre. Mas eu queria que algo meu ficasse com Eles, e não queria ter que voltar pra lá, queria que alguém de lá viesse me fazer companhia em meio a essas flores inorgânicas. Porém, se não acontecer, sempre terei a mim mesma."
Talvez então ela realmente não pretenda voltar, talvez toda a minha espera por ela tenha sido em vão e tudo o que eu devia ter feito era ter ido até ela e não esperado que ela viesse até mim. Mas eu não sabia como chegar até lá. Então fico eu aqui, na vida normal, em meio a avatares de pessoas irreais, em meio a angústias belamente construídas com o objetivo de punir a hipocrisia de seres tolos que não SE respeitam. Eu já nem sei onde eu realmente estou no meio disso. Queria poder ter feito algo por você Alice, mas no final eu vejo que eu deveria ter feito algo por mim.

domingo, 15 de agosto de 2010

Salada de Frutas

main

O senhor gato dormia sonhando com a festa, que para ele nunca aconteceria. E eu sempre ficava sentado esperando o momento que o onigiri seria chamado, como eu era tolo, o onigiri nem sequer é uma fruta. Teria tudo isso a ver com você? Não deveria ter deixado aquela porta fechada, ela é de vidro e eu consigo ver tudo que tem lá fora, mas eu perdi a chave e não consigo sair… Terei que esperar.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Abdicação



E hoje mais uma vez o céu amanheceu nublado, não o meu céu, mas o deles. O meu sempre tem cores tão vivas... Não entendo por que desperdiçam tantas preocupações com coisas inúteis.
E houve dentro de dias atrás mais uma conversa com a K-, ela me disse as coisas que eu queria ouvir, ela sempre diz. A Alice, apareceu mais uma vez na conversa, sempre as coisas me levam a ela. Mas estou um pouco cansado agora e tenho que voltar a realidade pra me reestabelecer, sempre recorro ao racional pra me reestruturar, tolice a minha, já não posso desperdiçar tantos pensamentos sobre a Alice.
Infelizmente, o que eu constato sempre, são os dias todos iguais e as pessoas todas iguais, acho que algo saiu errado nos planos divinos. Não há mais muito o que dizer hoje, ainda existem preciosas memória, até mesmo sendo costruídas, o que seria dos seres humanos sem memórias?
Isso me lembra uma pergunta já feita: "Para que servem asas que já não podem mais voar?"

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Foi...



Acho que ela estava cansada. Me disseram que ela saiu por um tempo e suas últimas palavras foram: "As coisas não fazem mais sentido. Vou desaparecer por um tempo. Por favor, não se preocupem. Beijos, Alice." Mas quanto tempo faz? Eu já sinto a falta dela, não sei como lidar com isso. Se ela estiver num Mundo de Maravilhas queria ter ido com ela, mas não conseguiria, me faltaria a coragem de deixar os apegos fúteis que construi aqui, que vergonha de mim.
Tanta coisa queria eu dizer, tanta coisa aqui dentro que não sei como traduzir para fora. Só ela me entenderia. E toda vez que eu olho o espelho me sinto próximo dela, como se ela estivesse logo ali, assim como nas noites em que só eu existo no meu quarto e abro a janela, vejo o gato que me olha, mas não sorri. Acho que ele só sorria pra ela.
Com uma promessa deixada, fico eu. Às vezes penso que não deveria sentir a falta dela, que deveria ser o suficiente para mim mesmo. Mas é tudo tão confuso, tudo o que eu acho que sou só sou às vezes. A metade de tudo é o que tenho, talvez ela tenha me levado a outra metade, mas já não lembro como era quando ela estava aqui.
Sinto que ela, de vez em quando, me fala coisas ininteligíveis mesmo de longe, mas eu etendo.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Mas Poxa Vida

 

E quem nunca sentiu vontade ver uma pessoa se ferrar? Principalmente quando essa pessoa te magoou de alguma forma. A gente, na maioria das vezes (em pessoas sensatas), diz que ficou tudo bem e que não guardamos ressentimentos, mas guardamos. E então fica aquele resquício no nosso ego latejando, onde aguardamos ansiosamente por ver a pessoa se ferrando bonito na nossa frente. É normal nos sentirmos assim, temos a tendência de sermos ressarcidos pelos danos causados.

Mas também tem as pessoas que magoamos e que querem que a gente exploda, sempre tem os dois lados ou não. Mas nesse caso tem e eu sei que eu já magoei muitas pessoas (algumas mereceram) e pensando pelo lado que eu não gosto de ser magoado eu gostaria de pedir desculpas as pessoas que eu magoei, porque eu sei que é uma merda e eu não quero que vocês fiquem com raiva de mim. Então se eu te magoei (e você não mereceu), venha falar comigo, porque eu posso ter feito isso sem querer, eu costumo magoar as pessoas sem querer.

Então enquanto treino a minha empatia para não magoar mais pessoas, fica uma música legalzinha da semana que ilustra isso:

 

Gives You Hell

Eu acordo toda noite

Com um grande sorriso no rosto

E nunca parece errado

Você provavelmente ainda está trabalhando

Num ritmo de nove às cinco

Eu imagino como isso é ruim

Quando você vê meu rosto,

Espero que isso te infernize, espero que te infernize

Quando você cruza meu caminho,

Espero que isso te infernize, espero que te infernize

Aonde está sua cerquinha branca agora, amor?

E aonde esta aquele carro brilhante?

E isso alguma vez te levou a algum lugar?

Você nunca pareceu tão tenso, amor

Eu nunca tinha visto você cair tão feio

E você sabe aonde está?

E que a verdade seja dita, eu sinto sua falta

E que a verdade seja dita, eu estou mentindo

(Refrão)

Quando você vê meu rosto,

Espero que isso te infernize, espero que te infernize

Quando você cruza meu caminho,

Espero que isso te infernize, espero que te infernize

Quando você encontrar um homem que valha a pena,

e te trate bem

Então ele é um idiota

Como você,

Espero que isso te infernize

Espero que isso te infernize

Amanhã você estará pensando

"Yeah, quando tudo deu tão errado?"

Mas a lista vai, e vai.

E verdade seja dita, eu sinto sua falta

E verdade seja dita, eu estou mentindo

(Refrão)

Quando você vê meu rosto,

Espero que isso te infernize, espero que te infernize

Quando você cruza meu caminho,

Espero que isso te infernize, espero que te infernize

Quando você encontrar um homem que valha a pena,

e te trate bem

Então ele é um idiota

Como você,

Espero que isso te infernize

Agora você nunca verá

O que você fez comigo

Você pode pegar todas suas lembranças

Elas não me fazem bem nenhum

E aqui estão todas suas mentiras,

Você pode olhar nos meus olhos

Com o triste, triste olhar que você faz tão bem

(Refrão)

Quando você vê meu rosto,

Espero que isso te infernize, espero que te infernize

Quando você cruza meu caminho,

Espero que isso te infernize, espero que te infernize

Quando você encontrar um homem que valha a pena,

e te trate bem

Então ele é um idiota

Como você,

Espero que isso te infernize

Quando você vê meu rosto,

Espero que isso te infernize, espero que te infernize

Quando você cruza meu caminho,

Espero que isso te infernize, espero que te infernize

Quando você ouvir esta canção,

E cantar junto

Oh, você nunca saberá

Ai então, você é a babaca

Tanto quanto?

Espero que isso te infernize

Quando você ouvir esta canção

Espero que ela te infernize

Você pode cantar junto, eu espero isso

Eu espero que isso combine bem com você.

sábado, 31 de julho de 2010

Don’t Look At Me

look

As vezes eu me sinto tão segragado do mundo, alguém mais se sente assim? Eu acho que sim. Tem certas coisas que todo mundo gosta e eu não e acho até idiota gostarem, como balada por exemplo. Não entendo o objetivo de um monte de gente ir pra um lugar escuro com musicas muito altas, com luzes que não te permitem enxergar e pouco espaço pra se mover, onde todo mundo fica treinando ataques epiléticos e tentando trocar saliva com outra pessoa que nunca viram (ou já) na vida. Mas eu vou pra baladas, até porque eu me convenso de que vai ser algo muito legal sempre, que eu vou conhecer pessoas interessantes e vou me divertir (mas isso nunca acontece, ou só muito às vezes) e depois eu me arrependo de ter ido, quando eu chego já procuro algum lugar pra sentar, nao gosto de ficar na pista.

E tem a questão importante, os olhares. As pessoas te olham, às vezes fixamente, e isso é muito incômodo pra mim, não gosto que olhem pra mim. E eu não olho pras pessoas, vejo pessoas pelas quais eu me interesso e dou uma olhada discreta, mas não consigo fixar meu olhar em ninguém, acho muito invasivo isso, então eu não consigo lidar com paquera em boate, simplesmente não consigo. Ontem eu fui e vi um carinha muito bonito com olho verde e rosto de modelo (vamos definí-lo assim) que me interessou, eu olhei pra ele, ele olhou pra mim, dai ele veio até mim, me olhando fixamente (isso é muito incômodo) e parou na minha frente e o que eu fiz? Eu saí! Eu simplesmente fui embora, porque eu tava muito envergonhado, eu não tenho iniciativa e fico tímido em um lugar que eu tenho q gritar no ouvido da pessoa pra ela me ouvir.

Mas daí entra outro ponto. É que eu não bebo nada alcóolico, então eu fico muito consciente dos meus atos, e as pessoas que estão lá bebem um monte, meu amigo bebeu 5 Smirnoff e disse que aquilo era pouco, eu achei muito, mas ele disse que era pouco. As pessoas realmente bebem muito em boate, acho que não só em boate, as pessoas bebem em qualquer lugar que elas não sejam taxadas de alcóolatras por beberem (algumas não se importam com isso), mas eu não vejo graça em bebida alcóolica, Nescau é bem mais legal pra mim, é gostoso. Alcóol queima a garganta e te dá ressaca, eu não entendo. Se vocês bebem, me respondam o por quê de vocês beberem, eu quero entender.

Então é isso. E se você for uma pessoa que freqüenta baladas e me ver um dia na balada, não fique parado olhando pra mim, ou mesmo se movimentando e olhando pra mim, simplesmente chegue perto e diga um “oi”. Eu sou bem legal, se eu não gostar de você eu não vou ser grosso, nem esnobe.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Robyn – Who’s That Girl

whosthatgirl

Garotas boas são bonitas todo o tempo

Eu só sou bonita de vez em quando

Garotas boas são felizes e satisfeitas

Eu não vou parar de perguntar até eu morrer

Eu não consigo lidar com as regras

Não consigo suportar a pressão

Quem é essa garota que você sonha?

Quem é essa garota que você acha que ama?

Quem é essa garota, eu não sou nada a ver com ela

Eu sei que não existe igual

Eu juro que eu não consigo suportar a pressão

Quem é essa garota?

Garotas boas não dizem não ou perguntam por que

Eu não vou deixar você me amar até você realmente tentar

Garotas boas são sexy, tipo.. todo dia

Eu só sou sexy, quando eu digo que tá tudo bem

Eu não consigo lidar com as regras

Não consigo suportar a pressão

Quem é essa garota que você sonha?

Quem é essa garota que você acha que ama?

Quem é essa garota, eu não sou nada a ver com ela

Eu sei que não existe igual

Eu juro que eu não consigo suportar a pressão

Quem é essa garota?

Vamos jogar um jogo que você nunca tentou

Você será a garota e eu serei o garoto

Vamos fingir que tudo mudou

Então, mesmo assim você me amaria?

terça-feira, 27 de julho de 2010

Eu Tenho A Pose Exata Pra Me Fotografar

strikeapose

Post com uma singela homenagem pra minha amiga blogueira Dani, da qual eu já tinha me esquecido pelo seu Blog ter se tornado privado. Não postei comentário no Blog dela, mas decidi fazer algo aqui mesmo. E pra nós que parece que estamos sempre descontentes, ou até contentes dentro de um infortúnio que é esse frenesi entre as pessoas. Não vamos aprofundar sobre o que eu já falei demais, mas remetendo ao título, nós temos o nosso charme, os que sofrem por amor, mantém aquela pose distante de um sonhador que nunca perde as esperanças e sabe até usar um certo ar cruel de quem sabe o que quer.

Mas vamos aos fatos, é ótimo sofrer de amor, é ótimo ser um sonhador, é ótimo você ser fiel a você mesmo. E não importa em qual sentido, você pode ser o menos romântico do mundo, mas você tem que ser fiel ao que você sente, ao que você é.  Só se pode se ter mais momentos felizes se você consegue ser franco consigo mesmo e dizer: “eu sou assim e pronto” e estar bem com isso. Então não adianta chorar e espernear, ninguém vai mudar ninguém, as pessoas são o que são, se você não gosta de certa atitude de alguém você tem todo o direito de não estar perto daquela pessoa e ponto, mas cada um vive a sua vida da melhor maneira possível.

E o mais divertido são realmente as tentativas, ver que não deu certo, aprender com isso e (mesmo falando que nunca mais e bla bla bla) tentar de novo. É um ciclo e eu posso te dizer que a coisa mais diferente que pode acontecer nas suas tentativas é a de um dia dar certo, enquanto isso aproveite os momentos, aproveite a si mesmo, você se terá para toda a vida, então seja feliz com você mesmo. Remetendo aos clichês que circulam pela internet (odeio clichês), quando um dia seus netos ou sei lá, pessoas mais novas que você na sua velhice, perguntarem quem é aquele/a jovem na foto, você vai dizer q foi apessoa com quem você mais teve dificuldade de aprender a conviver, mas que mais amou, você mesmo.

P.S.: Não se assustem, acho que é a primeira foto minha que eu posto aqui.

sábado, 24 de julho de 2010

Vida de Merda

lei-de-murphy-lady-murphy

Esse post é pra todos que são certinhos e só se fodem, porra! Parece que existe um certo tipo de conspiração intergalática universal que diz que todo mundo que andar na linha (estamos falando de relacionamentos aqui) vai se dar mal. As pessoas não querem uma pessoa romântica, que não traia, com atrativos, com inteligencia e tal, quem haje assim é tido como um idiota, um zé mané que vai mesmo é se fuder. As pessoas querem um filho da puta que fala que você não vale merda nenhuma, te traia e te troque por qualquer outro programa com amigos, esses são fodelões e todos babam por eles, porque são uns caras muito fodões mesmo que todo mundo tem que correr atrás, se humilhar por um pouco do carinho que eles tem a oferecer. Mas que porra de sociedade masoquista é essa?

Vamos recorrer a uma explicação biológica, é inteiramente herança evolucionista isso (se é que é), a coisa da conquista, de conseguir o objeto mais cobiçado. O cara que fica com mil por aí, é muito fodão e todo mundo quer ele, é tido como um super bem resolvido que faz o que quer da vida e é super independente. Mas esses caras são uns merdas, eles não são bem resolvidos e fodões, eles são muito inseguros, não acham que conseguiriam manter um relacionamento monogâmico com alguém e saem por aí se roçando com outras pessoas só para satisfazer os desejos do pipi duro deles.

Eles vão acabar velhos e sozinhos (e sem um bom emprego, por causa de falta de capacidades cognitivas superiores). Mas são eles que todo mundo quer. Os românticos, ah esses são os inseguros que querem se prender a alguém para garantir a vida. Será que não é possivel que uma pessoa apenas queira construir uma vida ao lado de UMA pessoa? E isso não representa insegurança, é ao contrário, é segurança do que se quer, objetivos, planos e metas traçadas.

Mas a lei de Murphy impera para os certinhos, eles podem ser abordados por uma pessoa muuuito gostosa que peça: “Por favor, me come” e não fazerem nada em respeito aos seus sentimentos por outra pessoa. Mas aí que depois ele vai descobrir que essa pessoa ao qual ele estava respeitando, tava era enganando ele. O que tem essas pessoas? Que porra de falta de coragem é essa que impede que fale pro outro: “olha não tô afim disso, quero ir pegar outras pessoas” ou “de boa, não tô afim de você”. Que gente escrota!

E os românticos são muito troxas bonzinhos, eles não colocam fogo no puteiro e falam: “dane-se” saindo e pegando todo mundo também pra se vingar. Eles gostam de seguir seus princípios e explicar pra pessoa o que tá acontecendo, do tipo: “você fez isso, isso e isso e é por causa disso que eu espero que a sua alma queime enternamente no inferno =)”.

Mas por favor pessoal, se vocês querem ser fodelões que saem comendo geral, sejam! Mas não enganem os outros, isso é feio =/. Digam sempre a verdade, vocês não vão tá só sendo legais com as outras pessoas e sim com vocês mesmos.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Eterre Namárië

palavras-fonte

Pequenos encontros, pequenas conversas e tudo muda, é como alguém me disse uma vez, quando uma pessoa entra em um grupo (pode ser um grupo de 1.000.000 de pessoas) tudo muda. As palavras são importantes, como uma vez eu já comentei aqui, porque os seres humanos são feitos de palavras, isso alguém me disse também. Dentro delas criamos a saudade, o medo, o amor, a paixão, a lágrima, que não existiriam de tal forma se não fossem as palavras. E milhares de palavras perambulam pela rua, cada entidade de um conjunto enorme ou pequeno delas cria os sonhos, cada qual vai fisicamente atrás deles.

Os sonhos nada mais são que palavras, construidas belamente dentro de uma seleção que foi lentamente escolhida e modificada, sempre assim. O sonho nunca é o que é, é o que poderia ser. Eles são culpados pela lágrima, a lágrima da tristeza, a da felicidade quando acontece já não está mais ligada a um sonho e sim ao que agora é realidade, mas a da tristeza é ligada eternamente a um sonho que não foi e talvez não se vá ser.

É por isso que se chora, pelo que poderia ser, mas não foi.

domingo, 18 de julho de 2010

Ganarrah, Gamuvah, Tienani

fall

Tudo deve ter o seu limiar, o ponto crítico que quando alcançado explode de alguma maneira. Isso pode ser pequeno como ouvir tantas vezes reclamações do chefe, da mãe, do namorado ou grande como sentir estar entrando em uma já conhecida armadilha do destino, mesmos fatos traumatizantes se repetindo lentamente. Acho que a lentidão, a tortura de se ver algo ruim aproximar-se é o que faz liberar o limiar do Thanatos, a pulsão de morte, essa pulsão pode ser tanto voltada para a própria pessoa como para as outras, o cansaso é tanto quando atingido esse estágio que por ver que irá sofrer a pessoa prefere ela mesma se fazer sofrer, ser a autora do seu próprio martírio, como se isso trouxesse algum alívio.

Sensações flutuantes passam por mim agora, não reconheço e não alcanço nenhuma, apenas admiro elas se esvaindo de mim. É como “se toda a felicidade do mundo tivesse ido embora” e nada mais importasse, tudo fosse indiferente, o meu trabalho, a minha faculdade, eu mesmo. Tudo tão sem significância que se faz parecer um disparate existir e ainda assim não se consegue desgarrar dessa infame existência.

E o mais, a certeza é, que mesmo parecendo esse ser o estado original da vida, sem obnubilações, amanhã já voltarei a mim, sendo movido ainda pelas mesmas pulsões fúteis e vazias. Essa certeza é acolhedora, talvez isso me faça compreender o significado da frase “a ignorância é uma benção”, não queremos estar cientes de tudo, queremos ser enganados com todas as nossas ideações, Wonderland sempre nos espera.

terça-feira, 13 de julho de 2010

I Don’t Need No Beat, I Can Sing It With Piano

Crystal-Blue-Glitter-1-1280x1024

Eu devo ter vários posts falando sobre a mesma coisa aqui no blog, acho que isso mostra as repetições que se passam na minha vida, como se só mudasse o contexto, mas o assunto central é sempre o mesmo. Nós sempre caímos na mesma armadilha, porque estamos condicionados a isso, queremos cair na mesma armadilha, ela foi construída por nós mesmos e representa o nosso almejado paraíso e nosso merecido purgatório. Certas escolhas que fazemos na vida são apenas repetições de erros que já cometemos, é mais uma tentiva antes da desistência, não me recordo se exatamente Skinner que faz essa colocação, e agora sinceramente estou com preguiça de procurar, mas um organismo quando entra em processo de extinção de reforço, ou seja, ao emitir um comportamento já não recebe mais a recompensa que recebia antes, este passa, antes de parar de emitir o comportamente, a tentar fazê-lo com mais freqüência e de modos variados para cer se a recompensa volta a aparecer. É assim que eu me senti, como o ratinho do laboratório que aprende que tem que apertar a barra para ganhar água e quando passa a nãomais recebê-la, tenta mais vezes, às vezes com uma pata só, às vezes com as duas, com mais força, com menos força, até que finalmente desiste de apertar por perceber que não ganhará mais nada fazendo aquilo.

Acho que essas minhas tentativas frustradas mostram a minha resistência a frustrações, eu faço uma tentativa sem querer admitir pra mim mesmo, num primeiro momento, que eu quero algo real com aquilo, é um jogo meu contra mim mesmo, onde eu tento me convencer de que está tudo bem e de que as coisas são assim mesmo. Porém no final do jogo, o fato é que eu sempre perco e perco pra mim mesmo, admito derrota e prometo nunca mais fazer a mesma coisa… acho que não sou um homem de palavra, pelo menos não para mim mesmo. Meu egocentrismo, meu narcisismo, meu grande ego que irrita batsante e chateia certas pessoas, são apenas parte dos artifícios criados durante esses jogos de frustrações, eu poderia ter algumas coisas de maneira mais fácil, porque eu tenho consciência de que sou um garoto atraente e bastante inteligente, mas tenho certos ideias que sao muito importantes para mim e eu tento montar meus sonhos em cima deles, até agora eu não achei a maneira certa de montar…

Tem pessoas que gritam, quando eu digo “gritar” me refiro a um chamar a atenção com base no impacto, precisam mostrar seus problemas aos berros pro mundo, proferindo injúrias aos ventos para que todos saibam o quanto sofrem e o quanto precisam de atenção. Eu já penso que não preciso gritar, posso fazer isso me calando, porque não seria natural para mim montar um circo para discutir um problema meu, se o problema é meu eu tenho que resolver comigo mesmo e se envolvem outras pessoas elas acabaram sabendo, ou na pior das hipóteses apenas não saberão. Teve alguém que me disse que existia um homem que queria mudar o mundo, acho que foi o meu irmão, e esse homem passou sua juventude tentando mudar o mundo e acabou apenas se frustrando, então na idade adulta esse homem queria mudar o Brasil, seu país, tentou durante alguns anos e também acabou se frustrando, na sua velhice queria apenas mudar as pessoas ao seu redor, o que também acabou em fracasso e no seu leito de morte percebeu que desde o começo ele deveria ter tentado mudar a si mesmo, assim, quem sabe, ele teria conseguido mudar as pessoas ao seu redor, com um pouco de sorte o Brasil e quem sabe os seus feitos não tivessem mudado o mundo. Talvez seja isso, mas acho que mudar a nós mesmos é algo extremamente difícil.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Meros Desvaneios Tolos

clock

Depois de algum tempo… Volto aqui para escrever novos pensamentos velhos, que foram apenas reciclados. Fui percebendo, dentro de um tempo que foi apenas meu, o quanto as coisas que mais preocupam as pessoas, e a mim mesmo, são as coisas que em um estado limpo da mente não fariam sentido algum. Isso eu poderia traduzir em uma palavra, bastante usada até, que se resumiria a futilidade. Ansiedade e angústia causadas pela forma física do corpo, por não ter conseguido comprar algo, por não ter podido ir a algum lugar, por não ter conseguido provar para algumas pessoas quem você é, por não ter ainda achado o amor da sua vida…

Palavras são apenas palavras, mas o ser humano é constituido de palavras, portanto eu me questiono até que ponto nos preocupamos conosco, não num sentido egoísta, nem num modo cotidiano, mas sim em um modo ontológico, com o nosso ser, com o que nós realmente somos. A alienação provocada pelas necessidades impostas culturalmente nos cegam em olhar para nós mesmos. Muitos dizem que a pergunta mais difícil de se responder é “quem é você?” e eu fico imaginando se isso é porque realmente é díficil se reconhecer em seu íntimo ou se é porque não olhamos para nós mesmos por muito tempo.

Estando sempre preocupado em ser algo que não se é, em ter algo que não se tem, não conseguimos ver quem somos nem o que temos e aprender a valorizar isso e a usar isso. A finitude da vida é algo que não se encara por muito tempo, uma analogia para explicar a morte, da qual eu gostei muito, citada em um livro do Irvin D. Yalom é “Nem o sol nem a morte podem ser olhados fixamente.” vive-se como se não fosse morrer e ao morrer sente-se que não viveu. Essa para mim é a verdadeira fonte de frustraçãoes,angústias e ansiedades humanas, onde Freud colocava que as pulsões sexuais é que moviam tudo isso, eu enxergo o medo da morte, a incapacidade de aceitar a finitude humana.

Entrando em um frenesi vital, onde não existe calma para estarmos conosco mesmo, pela falta de tempo, o tempo que rege o nosso fim. Tenta-se ter tudo antes que tudo se acabe, e acaba-se não tendo nada. Enquanto sentimentos superficiais estiverem regendo as pessoas, elas não conseguirão enxergar coisas muito simples que poderiam trazer a tão almejada felicidade.

“Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes
Eu vou te jogar
Num pano de guardar confetes...

[…]

Quanto ao pano dos confetes
Já passou meu carnaval”

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Go Away, Come Back

 344_14_sono

Hoje ouvi muitas pessoas dizendo o quanto gostam de ficar sozinhas e o quanto esse tempo sem ninguém é importante para elas. Fiquei imaginando o oposto, as pessoas que sempre precisam de alguém perto e imaginei mais, quando esses dois tipos de pessoas se encontram.

O ser humano é biologicamnete um ser sociavel, ou seja, vive e se desenolve em sociedade através de ações cooperativas. Isso refuta a idéia que muitas pessoas criam, como um mecanismo de defesa, de que não precisam de ninguém. Precisamos viver em contato com outras pessoas constantemente para que possamos nos desenvolver plenamente, esse contato necessário supre nossa necessidade natural de afagos, de sentimento de identificação e a necessidade que temos de relativização para que entendamos que somos humanos e fiquemos consciente da nossa personalidade individual.

Em contrapartida nem todas as relações interpessoais são boas e saudáveis, o que pode provocar frustrações e gerar medo e ansiedade através de uma generalização de que se temos x relações ruins, todas as outras serão. Isso faz o indivíduo buscar a autopreservação através do isolamento, acreditando que se evitar o contato com outras pessoas ele estará seguro e não sentirá mais sentimentos desagradáveis. O que é um engano, pois a solidão nos torna apáticos e deprimidos, passamos a nos tornar pessimistas ao se habituar a idéia de generalização e pode-se aí desenvolver-se inúmeras doenças psiquicas somáticas que dependendo do agravante fisiológico poderá levar o indivíduo a óbito antes do que o devido.

Precisa-se desenvolver uma autopercepção apurada para que saibamos o que desencadeia os nossos sentimentos e aí podermos trabalhá-los da melhor maneira possível, praticando a escuta do outro para que se construam relações saudáveis.

 

P.S.: Não estava com vontade de escrever hoje, mas escrevi por causa de uma música o que poderia ser uma motivação bem irrelevante, e talvez seja.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Te Lo Agradezco, Pero No

 sim-ou-nao

Sobre tudo o que você sempre quis e sobre tudo o que você sempre soube, se as coisas não fossem bem assim? Há uma frase de Shakespeare que diz “as coisas dificilmente são boas ou ruins, nossos pensamentos é que as fazem assim”, como se tudo fosse uma questão de perspectiva, o que você sempre soube pode ser realmente real, o fato pode ser um só, mas existem muitas maneiras de se enxergar ele. Aí entra o poder da escolha, tudo o que você quis, talvez não seja o que fosse te fazer melhor e então você pode se voltar ao objeto do seu desejo que tem te acompanhado por tanto tempo e não te feito bem e dizer: “te lo agradezco, pero no” e buscar novos horizontes.

Dai assim, você tem uma família ou não, tem muitos amigos ou não, tem o amor da sua vida ou não, mas sempre terá você mesmo e isso é algo inquestionável. O que pode-se questionar é de que forma você se tem, a sua visão sobre si mesmo e a tudo o que você foi levado a acreditar que poderia conseguir ou não conseguiria, é possível chegar a raiz disso e entender como se deu a sua construção. Entendendo isso você pode começar a dar os primeiros passos para se libertar das coisas ruins as quais você foi aprisionado. É como se um dia você pudesse ver seu passado inteiro e fizesse parar de chover nos primeiros erros e daí viria o sol…

Se conhecer é algo muito difícil, somos influênciados pela opinião de muitas pessoas, que não estão erradas, pois cada um tem uma imagem sobre nós que vai além da nossa e todas essas imagens são verdadeiras porque cada relação nossa como uma pessoa se dá de uma maneira única. Mas a visão mais importante é a sua sobre você para que você tenha a propriocepção adequada para poder fazer as suas escolhas de maneira consciênte sabendo o que te fará bem ou não. Ou nos casos que você já sabe o que não te faz bem, mas não consegue se afastar dessas coisas, adquirir a segurança em si mesmo necessária para rejeitar de maneira franca e consciênte o que te causa sofrimento.

A mesma atenção e empenho que eu acho que devemos ter para conhecer outra pessoa, devemos ter em primeiro lugar conosco e então conseguirmos criar uma boa imagem nossa. Se você não entende não vê, se não me vê não etende…

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Breathless, Metais Mágicos e Nostalgia de Emoções Nunca Sentidas

lab

Somos o resultado de tudo aquilo que sentimos durante as nossas vidas, como uma caixinha de emoções. Certas vezes nos deparamos com emoções que conseguem fazer nos sentirmos como se a caixinha estivesse vazia o tempo todo, elas ocupam todo o espaço e são transparentes, esvaziam o ar de seus pulmões com o mesmo direito que alfinetam seus corações.

O lítio é o mais leve dos elementos sólidos, talvez esse seja um indício de suas propriedades mágicas. É um elemento por vezes usado de forma poética, talvez pela sua capacidade sedutora de permitir viver enquanto já se está morto. Na psiquiatria ele tem apresentado bons resultados na prevenção de suícidios de pessoas que sofrem de depressão. Em uma passagem de um artigo do psiquiatra Mauro Maldonato, ao se referir a depressão ele diz: “Numa vida morta, lembranças se tornam remorsos e ações cumpridas, culpas”.

É certo também que certas coisas conseguem resgatar de nós sensações e emoções que nos parecem muito familiares, mas que não nos lembramos de alguma vez ter apreciado elas. São encontros com desconhecidos que nós conhecemos mais que a nós mesmos, algo que traz certezas infundadas e nos joga em um espaço confortável de imobilidade perante algo que não sabemos descrever.

E as cruéis Alices continuam a deformar os anjos e as sereias, assim como fazem com nossos sonhos, ao compasso do tic-tac do Grande Relógio que rege o labirinto temporal, labirinto tal que uma vez se estando dentro dele, as portas nunca mais se abrirão e nunca mais se sairá. Porém as belas distrações nos anestesiam de tal preocupação e os papéis de celofane coloridos da nossa infância vão sendo rasgados e não seremos os mesmo, aquele que sonhavamos ser, pois adquirimos a sabedoria esdrúxula de homens sofridos.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Let's Get Physical!

physical

A motivação é algo muito usado em discursos organizacionais com a finalidade de produzir lucros, mas dentro desses discursos acho que a palavra não é usada em sua essência e tem o seu sentido deturpado. Então o que seria motivação? Motivação é um processo que relaciona necessidade, ambiente e objeto, e que predispõe o organismo para a ação em busca da satisfação da necessidade, seria então o motivo que subjaz a algum tipo de comportamento (BOCK, p. 121, 2002).

Ao contrário do que alguns pensam nós sempre estamos cheio de motivação, mas para certos tipos de comportamento. Um exemplo é alguém que fica jogando ao invés de estudar, ele não está desmotivado, ele está motivado a jogar por isso trazer algum benefício a ele (no caso, provavelmente, a “diversão”) e não se motiva a estudar porque não prioriza os benefícios que o estudo traria a longo prazo.

Acho que esse é um mal da sociedade imediatista. em que tudo é muito rápido, logo a recompensa também precisa ser rápida. Estudar só trará uma recompensa provavelmente anos depois, quando o que foi aprendido poderá ser aplicado, já jogar está trazendo benefício no mesmo instante, pois o prazer é sentido na hora em que se está jogando.

E será que isso não se estenderia as relações sociais? Estamos realmente motivados a conhecer as pessoas com quem nos econtramos ou simplesmente pareamos algumas características para ver se devemos descartá-las ou obtê-las? Avaliamos muitas vezes o benefício imediato que uma pessoa pode trazer para nós e ai decidimos se ela vale a pena ou não, em qualquer nível de relação social.

Te dão a impressão de que a vida é curta demais para avaliar as coisas com o cuidado merecido, mas quanto mais se corre, menos se enxerga as coisas realmente belas da vida, essas passam como borrões dos quais você não terá muita coisa para se recordar.

Fonte: BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologia: uma introdução ao estudo de psicologia. 13 ed.  São Paulo: Saraiva, 2002.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Leona Lewis - Happy


Alguém uma vez me disse: "você tem que escolher,
Você ganha ou perde",
Você não pode ter tudo.

Não se arrisque,
Você poderá sentir dor.
Você não ama em vão
Porque o amor não te abandonará."
Eu não posso ficar de lado
E assistir a vida passar
Tão infeliz
Mas, segura de como estou.

Então se isto me machucar?
Então se eu desmoronar?
Então se o mundo apenas me jogar para fora,
Meus pés sairiam do chão
Eu tenho que encontrar meu lugar
Eu quero ouvir meu som
Não me importo com toda a dor em frente de mim
Só estou tentando ser feliz
Só quero ser feliz, yeah

Segurando firme
não deixando ir
Estou apenas tentando desempenhar meu papel
Desaparecendo devagar

Mas todos esses dias
Parecem ser iguais
Só com rostos diferentes
Lugares diferentes
Tire-me daqui

Eu não posso ficar de lado
Ooh, no
E assistir a vida passar
Passar por mim

Então se isto me machucar?
Então se eu desmoronar?
Então se o mundo apenas me jogar para fora
Meus pés sairiam do chão
Eu tenho que encontrar meu lugar
Eu quero ouvir meu som
Não me importo com toda a dor em frente de mim
Só estou tentando ser feliz
Oh, feliz
Oh

Em algumas "voltas" não percebo,
Vou incluindo estranhos nessa estrada
Mas não digo que sou vitima
Não digo nada.

Então se isto me machucar?
Então se eu desmoronar?
Então se o mundo apenas me jogar para fora
Meus pés sairiam do chão
Eu tenho que encontrar meu lugar
Eu quero ouvir meu som
Não me importo com toda a dor em frente de mim
Só estou tentando ser feliz
Feliz
Só quero ser
Oh
Só quero ser
Feliz.