terça-feira, 4 de agosto de 2009

Una Víctima Casi Perfecta

mountain-fire

Aos poucos nós começamos a entender, a paixão é algo difícil de se lidar quando não temos certeza se ela é correspondida, pois para tirar essa dúvida temos que deixar nosso orgulho de lado, é como se mostrar o que sentimos de verdade fosse um sinal de fraqueza, é como se amar fosse um sinal de fraqueza, pois demonstra que necessitamos de outra pessoa, mas espera aí, nós necessitamos de outra pessoa?

A questão não é precisar do outro, ninguém é a chave da felicidade de ninguém, é só uma questão de escolha, escolhemos aquele que se encaixa melhor no nosso quadro de projeções. Agora vou me concentrar em mim (na maioria das vezes eu falo dos outros, tenho muita dificuldade de me concentrar no que eu realmente sinto, pelo menos foi o que disseram…). Eu sempre tive problemas de socialização, era uma crianaça muito tímida, mas aos poucos eu fui crescendo e a necessidade de interação social me fez achar mecanismos para concertar isso. Eu não tive uma infância muito legal também, acabo tendo muitos problemas comigo mesmo. Essas dificuldade hiperbolizadas em complexo de inferioridade e sociofobia me fizeram desenvolver uma intelectualidade bem particular.

Nunca me achei bonito o suficiente, sempre pensava: por que alguém me escolheria se pode ter o outro? As minhas idéias nunca foram legais comigo mesmo, eu sempre me inferiorizava, por não me sentir bom o suficiente, isso é fruto de uma exigência muito grande consigo mesmo, quase como uma necessidade de ser perfeito para ser aceito. Logo, sempre que eu buscava alguém era algo do tipo “eu não gosto de como eu sou, vou achar alguém que goste”, quando alguém gostava daí eu parava de sentir interesse, pois pensava que se a pessoa gostava de mim como eu era mesmo, eu não precisava mudar nada, eu não precisava melhorar e é claro que eu não concordava com isso. Era como se fosse só um teste, pra ver em que aspectos eu era bom, sou bom para aquele, não sou pra esse. Para os que eu não era bom eu demonstrava mais interesse, claro, pois isso mostrava que eu devia melhorar algo e eu queria saber o que.

Sim, até eu lendo isso me acho completamente pirado, mas eu tenho a possibilidade de melhorar (melhorando sempre hehehe) nesse aspecto, passar a aceitar eu mesmo e entender que não existem pessoas perfeitas e que eu não posso e não vou agrdar a todos. Não faço idéia de como isso possa ser útil para você leitor(a), mas senti vontade de escrever… Até então eu estava me vitimizando, mas esse papel não combina comigo, especialmente quando temos consciência de todo o contexto.

2 comentários:

Mauri Boffil disse...

ai, nem me fala... tenho ate medo desses sentimentos porque o coração é criança e não sabe o que faz.
Te favoritei

Rafaela Casemiro disse...

Rodrigo...
a pessoa mais feia e errada do mundo pode ser a mais linda e a mais admirada, e você sabe disso. Você sabe muito bem também, que de vemos nos amar primeiramente, porque se nem mesmo nós mesmos conseguimos gostar de nós, quem mais terá coragem disso? E pode ter certeza... que esse bem estar pessoal, esse sorriso eterno interior, por mais encondido que esteja (afinal não precisamos sair por aí "nos achando"), é facilmente percebido pelos outros, e então sabe o que acontece? Nós cativamos as pessoas. Sei que você não gosta dessas coisas, mas eu como sua amiga e admiradora de toda a sua personalidade, tenho que, mais do nunca, te falar, Rodrigo, que nós somos templos do espírito santo... dentro de nós existe uma força divina, e essa força precisa ser amada e sobretudo respeitada. Se assim for, todo o resto simplesmente acontece, e o amor... é apenas algo que precisamos estar abertos para ele entrar: sem preferências, sem conceitos de perfeição, sem nada a pedir, apenas um desejo enorme de doar-se, um desejo enorme de finalmente ser fraco.

Bjão.