sábado, 8 de agosto de 2009

Se Quiere, Se Mata

se quiere, se mata

A cultuação da violência já foi discutida aqui por mim, porém outra questão que me fez refletir recentemente é a facilidade que se tem de descartar tudo o que nós, por algum motivo, não queremos. Esse descarte não exclui pessoas e essa também não se trata apenas de uma violência física.

Aqueles que não nos desperta interesse são ignorados ou até mesmo evitados por nós, aqueles que são contrários as nossas idéias nos despertam raiva e pode originar uma das reações anteriores ou um ataque verbal ou físico. Se vê muito pessoas que morrem assassinadas por alguém que era de uma ideologia diferente, seja ligada a religião, orientação sexual, cor, hierarquia social, enfim esse descarte de seres humanos já nos foi naturalizado.

No momento em que se depara com uma atitude não prevista, não pensada ou contrária as que a própria pessoa tem como sendo a certa, essa característica se hiperboliza perante o todo que aquele ser representa. É desencorajada pela cultura em que estamos imersos a possibilidade de escutar e tentar compreender os motivos que levaram o outro a tomar diferente posicionamento perante aquele fator.

A agressividade se torna algo natural no confronto de ideologias, tendo sido usado pelo sistema o orgulho das pessoas para encorajar tal atitude, pois se eu considero uma idéia que é diferente da minha, eu logo estaria me colocando como o errado e esta é uma sociedade em que não se pode errar, pois só existe um melhor e assim sendo é um dever aniquilar qualquer rastro que prove a nossa condição humana de imperefeição e constante construção.

 

Se Quiere, Se Mata – Shakira

Braulio tem os olhos grandes e cabelos escuros
Nunca come em excesso e jamais dorme sem roupa
Sempre se veste de cinza, pois não tem remédio
Tem tendência a buscar sempre o ponto intermediário

Dana é uma menina de bem (isso dizem os seus pais)
Nunca chega a sua casa mais de dez nem muito tarde,
Bráulio e Dana se querem como qualquer casal
Porem um dia foram presa da natureza
E de seus próprios instintos,
Não escaparam com sorte.
Com fogo por dentro
E os hormônios presentes,
Pela lei da atração
Juntaram-se os corpos.

Porem se na hora do chá
Nada acontece,
Apenas acontecerá longe de casa
Por haver trazido um habitante mais
A ingressar a essa podre cidade
Onde o que não se quer se mata.

Esse dia chegou um pouco mais das dez
Porem o susto se deu umas semanas depois
Quando se confirmaram suas terríveis suspeitas
Uma criança nasceria e já sabia a data

E antes do que o vizinho e a família souberam
Foi ao doutor para acabar com o problema
Hoje o vizinho esta em casa tomando uma boa chuveirada
E você dois metros abaixo da terra vendo crescer vermes

Porem se na hora do chá
Nada acontece,
Apenas acontecerá longe de casa
Por haver trazido um habitante mais
A ingressar a essa podre cidade
Onde o que não se quer se mata.

7 comentários:

Anônimo disse...

Olá, gostei muito deste post, me fez refletir sobre o ORGULHO e sobre o "ACHISMO" que vivemos hoje não é verdade? Concordo com você, as pessoas não tem mais disposição de sentar e esclarecer as coisas, de ouvir, de querer saber o que gerou tal atitude, por que fez isso ou aquilo. Preferem responder com agressividade, para algo que as vezes até se trata de uma demosntração de afeto, como por exemplo o CIÚMES, ou então naqueles casos de falta de auto-estima total em que um elogio é respondido com uma ofensa, sim isso também é uma forma de violência velada, que desgasta muito qualquer relação, por exemplo (você está bonito hoje - imagine, você que é cego, ou bebeu muito)... viu só, a reação negativa sempre demosntra falta de sensibilidade ou educação ou evolução da parte de quem a gerou... Mas podemos mudar isso, sim, mesmo a situação que diz na música, devemos pensar mais em nossos sentimentos, e nos anularmos menos pelos outros, o amor que eles vivem na música é tão comum acontecer hoje em dia, mas é o melhor? Acho que não. Adoro Shakira, percebi que você gosta dela bastante também, pelos outros posts, me identifiquei com este Blog, também sou aquariano, acho que vou gostar mto daqui! Vou colocar nos meus favoritos! Voltarei sempre! Bjao! E obrigado pela visita!

Priscila B. disse...

Gostei do seu post Rodrigo! Me fez lembrar da aula de filosofia de sexta-feira... Você escreve muito bem, sério mesmo. Parabéns hihi

Mauri Boffil disse...

ai, violência gera guerra... A situação anda bastante critica por aqui. Se as pessoas encontrassem paz e equilibrio tudo seria perfeito... mas, como não encontram só nos resta viver...

cvalentim disse...

drigo! muito bem escrito.. com certeza essa intolerância que vivemos na nossa sociedade atual é abominável. Alguma parte dela pode realmente ser natural de cada um, porém uma grande parcela da formação do caráter vem da própria cultura daonde a pessoa vive, e como ela foi criada.

abraços!

Rapha disse...

Você sempre me faz pensar coisas que... Eu sempre faço, mas nunca reparei. Assim eu me conheço melhor e tenho a chance de reparar. Ainda da tempo...

A música é legal tbm.

Bjs

Theo disse...

oi... estou vindo um pouco (bastante) atrasado, pra agradecer o comentário q vc deixou no meu blog. Cheguei aqui e vi esse belo texto... A violência me irrita. Muito. Mas, ao mesmo tempo, me sinto tão impotente em não poder fazer nada contra isso tudo. Vc deixou no texto toda a sua "revolta". Ficou muito bom!

Bem... e o conselho q vc me pediu?? Tem certeza??? haha
Me add no msn?? Te dou um (mau) conselho por lá!!

cartasdetheo@hotmail.com

Vou t linkar, pra voltar sempre! hehe

Abço ^^

Cocada.g disse...

Belo texto cara! A violência é algo cada vez mais intenso na sociedade. Vivemos em ciclo de ódio que não parece ter fim. As pessoas não procuram se entender mais e acabam resolvendo suas diferenças com violência e mais violência. É triste, mas é nesse tipo de mundo que vivemos!

abraços, gostei do blog!