sábado, 27 de fevereiro de 2010

Go Away, Come Back

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Hoje ouvi muitas pessoas dizendo o quanto gostam de ficar sozinhas e o quanto esse tempo sem ninguém é importante para elas. Fiquei imaginando o oposto, as pessoas que sempre precisam de alguém perto e imaginei mais, quando esses dois tipos de pessoas se encontram.

O ser humano é biologicamnete um ser sociavel, ou seja, vive e se desenolve em sociedade através de ações cooperativas. Isso refuta a idéia que muitas pessoas criam, como um mecanismo de defesa, de que não precisam de ninguém. Precisamos viver em contato com outras pessoas constantemente para que possamos nos desenvolver plenamente, esse contato necessário supre nossa necessidade natural de afagos, de sentimento de identificação e a necessidade que temos de relativização para que entendamos que somos humanos e fiquemos consciente da nossa personalidade individual.

Em contrapartida nem todas as relações interpessoais são boas e saudáveis, o que pode provocar frustrações e gerar medo e ansiedade através de uma generalização de que se temos x relações ruins, todas as outras serão. Isso faz o indivíduo buscar a autopreservação através do isolamento, acreditando que se evitar o contato com outras pessoas ele estará seguro e não sentirá mais sentimentos desagradáveis. O que é um engano, pois a solidão nos torna apáticos e deprimidos, passamos a nos tornar pessimistas ao se habituar a idéia de generalização e pode-se aí desenvolver-se inúmeras doenças psiquicas somáticas que dependendo do agravante fisiológico poderá levar o indivíduo a óbito antes do que o devido.

Precisa-se desenvolver uma autopercepção apurada para que saibamos o que desencadeia os nossos sentimentos e aí podermos trabalhá-los da melhor maneira possível, praticando a escuta do outro para que se construam relações saudáveis.

 

P.S.: Não estava com vontade de escrever hoje, mas escrevi por causa de uma música o que poderia ser uma motivação bem irrelevante, e talvez seja.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Te Lo Agradezco, Pero No

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Sobre tudo o que você sempre quis e sobre tudo o que você sempre soube, se as coisas não fossem bem assim? Há uma frase de Shakespeare que diz “as coisas dificilmente são boas ou ruins, nossos pensamentos é que as fazem assim”, como se tudo fosse uma questão de perspectiva, o que você sempre soube pode ser realmente real, o fato pode ser um só, mas existem muitas maneiras de se enxergar ele. Aí entra o poder da escolha, tudo o que você quis, talvez não seja o que fosse te fazer melhor e então você pode se voltar ao objeto do seu desejo que tem te acompanhado por tanto tempo e não te feito bem e dizer: “te lo agradezco, pero no” e buscar novos horizontes.

Dai assim, você tem uma família ou não, tem muitos amigos ou não, tem o amor da sua vida ou não, mas sempre terá você mesmo e isso é algo inquestionável. O que pode-se questionar é de que forma você se tem, a sua visão sobre si mesmo e a tudo o que você foi levado a acreditar que poderia conseguir ou não conseguiria, é possível chegar a raiz disso e entender como se deu a sua construção. Entendendo isso você pode começar a dar os primeiros passos para se libertar das coisas ruins as quais você foi aprisionado. É como se um dia você pudesse ver seu passado inteiro e fizesse parar de chover nos primeiros erros e daí viria o sol…

Se conhecer é algo muito difícil, somos influênciados pela opinião de muitas pessoas, que não estão erradas, pois cada um tem uma imagem sobre nós que vai além da nossa e todas essas imagens são verdadeiras porque cada relação nossa como uma pessoa se dá de uma maneira única. Mas a visão mais importante é a sua sobre você para que você tenha a propriocepção adequada para poder fazer as suas escolhas de maneira consciênte sabendo o que te fará bem ou não. Ou nos casos que você já sabe o que não te faz bem, mas não consegue se afastar dessas coisas, adquirir a segurança em si mesmo necessária para rejeitar de maneira franca e consciênte o que te causa sofrimento.

A mesma atenção e empenho que eu acho que devemos ter para conhecer outra pessoa, devemos ter em primeiro lugar conosco e então conseguirmos criar uma boa imagem nossa. Se você não entende não vê, se não me vê não etende…

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Breathless, Metais Mágicos e Nostalgia de Emoções Nunca Sentidas

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Somos o resultado de tudo aquilo que sentimos durante as nossas vidas, como uma caixinha de emoções. Certas vezes nos deparamos com emoções que conseguem fazer nos sentirmos como se a caixinha estivesse vazia o tempo todo, elas ocupam todo o espaço e são transparentes, esvaziam o ar de seus pulmões com o mesmo direito que alfinetam seus corações.

O lítio é o mais leve dos elementos sólidos, talvez esse seja um indício de suas propriedades mágicas. É um elemento por vezes usado de forma poética, talvez pela sua capacidade sedutora de permitir viver enquanto já se está morto. Na psiquiatria ele tem apresentado bons resultados na prevenção de suícidios de pessoas que sofrem de depressão. Em uma passagem de um artigo do psiquiatra Mauro Maldonato, ao se referir a depressão ele diz: “Numa vida morta, lembranças se tornam remorsos e ações cumpridas, culpas”.

É certo também que certas coisas conseguem resgatar de nós sensações e emoções que nos parecem muito familiares, mas que não nos lembramos de alguma vez ter apreciado elas. São encontros com desconhecidos que nós conhecemos mais que a nós mesmos, algo que traz certezas infundadas e nos joga em um espaço confortável de imobilidade perante algo que não sabemos descrever.

E as cruéis Alices continuam a deformar os anjos e as sereias, assim como fazem com nossos sonhos, ao compasso do tic-tac do Grande Relógio que rege o labirinto temporal, labirinto tal que uma vez se estando dentro dele, as portas nunca mais se abrirão e nunca mais se sairá. Porém as belas distrações nos anestesiam de tal preocupação e os papéis de celofane coloridos da nossa infância vão sendo rasgados e não seremos os mesmo, aquele que sonhavamos ser, pois adquirimos a sabedoria esdrúxula de homens sofridos.