Nem sempre as escolhas que fazemos para nossas vidas são benéficas, mas costumamos repeti-las. A mesmice de sinapses feitas durante a vida impossibilita que se enxergue outros meios de compreender os fatos, assim tendemos a dar as mesmas respostas para os mesmos estímulos, o que nem sempre garante as melhores soluções.
O apego é tudo que nos impede de mudar e seguir adiante, depois de termos aquilo como algo certo e seguro nos apegamos de tal modo que cria-se uma ansiedade e um medo subíto com a possibilidade de ter que mudar a idéia que originalmente nos apegamos.
Muitas vezes temos consciência de que não estamos tomando as melhores decisões, porém não consiguimos quebrar o ciclo vicioso que se instala. Os vícios são a nossa proteção, é o que pensamos que somos e não podemos nos desfazer deles, pois sem eles não saberiamos como ser.
Imagino que há muitas pessoas em uma situação que as faça sofrer e que uma simples atitude poderia mudar tudo, e acredito também que essas pessoas não sejam masoquistas, elas não querem sofrer (pelo menos não conscientemente), mas simplesmente não encontram forças e meios de tomar novas atitudes.
É como se fossemos dependentes do monstro que nos aprisiona, poderíamos fugir dele ou destruí-lo a hora que quiséssemos e ao mesmo tempo não poderíamos fazer isso pelo medo que se dá num sistema de dependência. Culpamos tudo, colocamos mil identidades no monstro que está nos ferindo, mas se parássemos e olhassemos ele atentamente, ao invés de se debater descontroladamente, veríamos que a face do monstro corresponde à nossa própria.
Estamos ensinados a ser conformistas e seguir do jeito que está. Talvez se começássemos a ver as coisas de jeitos diferentes, começando pelas pequenas coisas, poderíamos nos livrar do monstro e respirar lividamente.