sábado, 11 de julho de 2009

Você É Mais Que Isso

Nunca discuti diretamente aqui no Blog sobre a homossexualidade, mas esse post tratará sobre isso. Acho que devo discutir um pouco da temática devido ao fato de que muitos gays ou lésbicas colocam essa como sendo a sua condição e característica principal, esquecendo que possuem muitas outras peculiaridades que tornam isso apenas um detalhe, esquecendo também que não são gays ou lésbicas, são muito mais do que isso.

Todas as pessoas desse mundo possuem qualidades, defeitos e características que ao longo dos anos se consolidam para formar o eu de cada um, isso significa que temos dentro de nós coisas boas para oferecer e coisas ruins que podem ser melhoradas e que as características inatas acabam sendo apenas partes do todo que nos constitui e usando a ideologia da Psicologia da Gestalt, o todo é muito maior que a soma das partes.

O grande erro que se comete para colocar tamanha importância sobre a orientação homossexual se deve ao preconceito subjacente que foi ao longo de milhares de anos se difundindo pela sociedade, sempre tendo por trás fundamentalismos religiosos. Este preconceito faz o indivíduo que se vê enquanto sendo de uma orientação sexual desviante, se tornar suprimido pela sociedade, sendo essa (a sociedade) vítima de uma das construções que fazem parte dos medos criados para controlar os cidadãos. O erro em si seria o indivíduo de suposta orientação sexual desviante se permitir sofrer essa supreção, devendo este se dar conta de que sua orientação sexual é natural por ser inata e que toda a expressão de ódio nada mais é que sofrimentos que essas próprias pessoas, geradoras de ódio, possuem, sendo esse sofrimento o delas e somente delas, não devendo ser tomado como um sofrimento seu.

Torna-se um comportamento típico, principalmente dos homossexuais ditos “enrustidos”, adquirir atitudes que seriam de heterossexuais para se refugiar da hostilidade que esses imaginariam sofrer se agissem de outra forma, aqui eu coloco a forma como eu convivi com isso, nunca fiquei falsamente me reafirmando de heterossexual, não cantava meninas nem tomava atitudes que não eram condizentes com a minha personalidade, eu também nunca fui “afetado”, que seriam os gays afeminados, simplesmente era eu, andava com as pessoas que eu achava interessantes e não dava importância pro fato de eu ser gay e é ai que está o ponto crucial da discussão, pois a partir do momento que eu não dei importância para isso ninguém mais deu, claro que vez ou outra me perguntavam o por quê de eu nunca estar com uma garota e para aqueles que realmente se importavam eu dizia a verdade sobre a minha sexualidade, para os que não realmente queriam saber eu simplesmente reafirmava as próprias afirmações deles.

Claro que não se aplica a minha experiência de vida para todos os casos, tenho consciência de que o que é bom para mim nem sempre será bom para o outro e também de que existem gays que são “afetados”, característica essa também inata, e que não conseguem passar desapercebidos perante aos olhares julgatórios. Análisa-se aí então até que ponto esse julgamento não parte de você mesmo, que acaba se diminuindo ao valorizar a opinião dos outros a sua própria, restringindo-se a uma prisão elaborada por você mesmo.

2 comentários:

Robson Schneider disse...

Acho que o erro está em se colocar peso em qualquer orientação sexual.Como se isso defini-se carater...
Abração

[Farelos e Sílabas] disse...

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Retribuindo a visita com gratidão, ponho alguns farelos em forma de comentário pra deixar o que penso como algo de cunho pessoal:

Sabemos que não apenas o ser humano, mas também a própria sexualidade é um universo considerado a partir de sua multidiversidade. Não existem padrões. Eis o que é preciso reafirmar-se, apenas isso. Sociedades formatadas, quase sempre condicionadas pela Moral (que é, lembremo-nos sempre, socialmente cultural, varia de povo a povo), que atinge bastante os grupos fundamentalistas com o “sexismo” dito “standard” (padrão), acabam perpetuando a ideia de “desvio”, de “imoralidade”, de “vergonha”, entre outros termos, que, invariavelmente, afetam certas posturas de autoafirmação como se isto fosse realmente necessário, mantendo estereótipos e outras formas de se “identificar” alguém pelo comportamento (ledo engano!).

Quem é, é. Não hão o que reafirmar-se. É-se naturalmente. Sendo o que somos, correspondamos sem a necessidade do “marketing de si”, pois o que qualquer sociedade sã precisa é de agentes do Bem construindo cada qual sua história em prol de algo que realmente valha a pena!

Abraço, meu caro!

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