sábado, 18 de julho de 2009

Cuide-se

Cuide-se

Teve uma época em que acreditei que as separações não fossem definitivas, até que a primeira delas ocorreu: meu pai, meu querido pai, tão ativo, tão forte, de um dia para o outro faleceu e eu nem tive tempo de entender o que aquilo realmente significava, na época eu tinha 11 anos. As pessoas que fazem parte da nossa vida, talvez não mais o farão no capítulo seguinte, mas isso não significa que as suas marcas não continuam em nós.

Houve uma outra pessoa, além do meu pai, que foi essencial para mim. Grande parte do meu blog foi escrito para ele, sei que ele me amou da maneira dele, assim como eu amei ele o mais intensamente que pude, mas houve um tempo para isso, não consegui mais amá-lo como antes e isso não me fazia digno de continuar com ele.

Sempre odiei um “adeus”, essa idéia de ruptura eterna causa grande angustia dentro de mim, mas vou crescendo, me conhecendo e aprendendo a lidar com esses dissabores.

Se eu tivesse voz para falar o que quero, seria algo como: espero que você saiba o quão maravilhoso foi na minha vida, jamais irei esquecer você, anseio pela sua alegria a cada dia que passa e me odeio por não ter te dado a alegria que um dia você me deu.

Sem mais, deixo um fragmento da história de alguém:

"Há algum tempo, venho querendo responder seu último e-mail. Na verdade, preferia dizer o que tenho a dizer de viva voz. No entanto, vou fazê-lo por escrito.

Você já pôde notar que não estou bem ultimamente. É como se não me reconhecesse em minha própria existência. Sinto uma espécie de angústia terrível, contra a qual não consigo fazer grande coisa, exceto seguir adiante para tentar superá-la. Quando nos conhecemos, você impôs uma condição: não ser a 'quarta'. Eu mantive o meu compromisso: há meses deixei de ver as 'outras', não achando logicamente um meio de vê-las sem transformar você em uma delas.

Pensei que isso bastasse. Pensei que amar você e que o seu amor — o mais benéfico que jamais tive — seriam suficientes. Pensei que assim aquietaria a angústia que me faz sempre querer buscar novos horizontes e me impede de ser tranqüilo ou simplesmente feliz e 'generoso'. Pensei que a escrita seria um remédio, que meu desassossego se dissolveria nela para encontrar você. Mas não. Estou pior ainda; não tenho condições nem sequer de lhe explicar o estado em que mergulhei. Então, nesta semana, comecei a procurar as 'outras'. Sei bem o que isso significa para mim e em que tipo de ciclo estou entrando. Nunca menti para você e não é agora que vou começar.

Houve uma outra regra que você impôs no início de nossa história: no dia em que deixássemos de ser amantes, seria inconcebível para você me ver novamente. Você sabe que essa imposição me parece desastrosa, injusta (já que você ainda vê B., R.,…) e compreensível (obviamente…). Com isso, jamais poderia me tornar seu amigo. Você pode, então, avaliar a importância de minha decisão, uma vez que estou disposto a me curvar diante de sua vontade, ainda que deixar de ver você e de falar com você, de apreender o seu olhar sobre os seres e a doçura com que você me trata sejam coisas das quais sentirei uma saudade infinita. Aconteça o que acontecer, saiba que nunca deixarei de amar você do modo que sempre amei desde que nos conhecemos, e esse amor se estenderá em mim e, tenho certeza, jamais morrerá.

Mas hoje seria a pior das farsas manter uma situação que, você sabe tão bem quanto eu, se tornou irremediável, mesmo com todo o amor que sentimos um pelo outro. E é justamente esse amor que me obriga a ser honesto com você mais uma vez, como última prova do que houve entre nós e que permanecerá único.

Gostaria que as coisas tivessem tomado um rumo diferente.

Cuide-se."

E uma idéia:

"Todas as pessoas, sejam quem for...
carregam consigo um desejo.
E quando esse desejo é realizado, as
pessoas podem chamar isso de felicidade."

 

Sei que não é justo eu pedir isso para você, mas pelo amor que você sentiu por mim: cuide de você.

Um comentário:

Iara De Dupont disse...

Adorei o post! Se puder me visitar,http://sindromemm.blogspot.com