segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Foi...



Acho que ela estava cansada. Me disseram que ela saiu por um tempo e suas últimas palavras foram: "As coisas não fazem mais sentido. Vou desaparecer por um tempo. Por favor, não se preocupem. Beijos, Alice." Mas quanto tempo faz? Eu já sinto a falta dela, não sei como lidar com isso. Se ela estiver num Mundo de Maravilhas queria ter ido com ela, mas não conseguiria, me faltaria a coragem de deixar os apegos fúteis que construi aqui, que vergonha de mim.
Tanta coisa queria eu dizer, tanta coisa aqui dentro que não sei como traduzir para fora. Só ela me entenderia. E toda vez que eu olho o espelho me sinto próximo dela, como se ela estivesse logo ali, assim como nas noites em que só eu existo no meu quarto e abro a janela, vejo o gato que me olha, mas não sorri. Acho que ele só sorria pra ela.
Com uma promessa deixada, fico eu. Às vezes penso que não deveria sentir a falta dela, que deveria ser o suficiente para mim mesmo. Mas é tudo tão confuso, tudo o que eu acho que sou só sou às vezes. A metade de tudo é o que tenho, talvez ela tenha me levado a outra metade, mas já não lembro como era quando ela estava aqui.
Sinto que ela, de vez em quando, me fala coisas ininteligíveis mesmo de longe, mas eu etendo.

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