quarta-feira, 25 de agosto de 2010
25 de Agosto de Algum Ano
"Ah, e estou eu aqui novamente sentada no meio dessas flores inorgânicas. Faz quanto tempo que eu estou aqui? Antes eu vivia do outro lado, tinha a vida normal. Normal é o modelo que Eles criaram, pais, amigos, escola, trabalho, tudo tentando justificar a incoerência de se querer ter pessoas coerentes, mas... De que outra forma poderia ser? Tudo o que eu penso, tendo estado presa aqui, é se eles ainda vão esperar por mim, o tempo é um inimigo invencível e essa forma de vê-lo foi criada por mim mesma e por Eles. Minha vida chega mais perto do fim a cada dia, a grande piada divina onde a vida é uma doença terminal, é a sua garantia de morte. E tudo morre. Mas eu queria que algo meu ficasse com Eles, e não queria ter que voltar pra lá, queria que alguém de lá viesse me fazer companhia em meio a essas flores inorgânicas. Porém, se não acontecer, sempre terei a mim mesma."
Talvez então ela realmente não pretenda voltar, talvez toda a minha espera por ela tenha sido em vão e tudo o que eu devia ter feito era ter ido até ela e não esperado que ela viesse até mim. Mas eu não sabia como chegar até lá. Então fico eu aqui, na vida normal, em meio a avatares de pessoas irreais, em meio a angústias belamente construídas com o objetivo de punir a hipocrisia de seres tolos que não SE respeitam. Eu já nem sei onde eu realmente estou no meio disso. Queria poder ter feito algo por você Alice, mas no final eu vejo que eu deveria ter feito algo por mim.
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